MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Você sabia que a desvalorização do salário mínimo afeta mais as mulheres?

 


Estamos enfrentando a maior desvalorização do salário mínimo desde a criação do Plano Real.

A corretora Tullett Prebon Brasil calculou em seu primeiro relatório em maio, que o salário mínimo sofrerá uma perda real de valor de 1,7%, com isso poderá cair de 1.213,84 reais para 1.193,37 reais até o final de 2022.

Com isso o presidente Jair Bolsonaro (PL), ganha o título de primeiro presidente da República, desde o Plano Real, a concluir seu mandato com o menor poder de compra, assim entregando o salário mínimo mais desvalorizado dos últimos anos.

Esse cálculo foi feito com base nas atuais projeções do Banco Central para inflação, isso quer dizer que o valor pode cair mais, caso a inflamação suba mais que o esperado.

Isso significa que o padrão de vida do brasileiro só tende a cair e os produtos e serviços irão ficar cada vez mais caros, consequentemente os itens comprados serão em menor quantidade.

O poder de compra do brasileiro cai dia após dia, é só observar as idas ao mercado que se tornaram cada vez mais caras, antes o dinheiro rendia e se conseguia fazer uma compra digna com mantimentos que poderiam durar pelo mês.

Mas hoje a realidade é bem diferente segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço médio da cesta básica no Brasil, é em torno de R$ 663,29, o que representa cerca de 55% do salário mínimo de 1.212,00.

Só para entender melhor a perda do poder de compra, se você foi ao supermercado mês passado e comprou um quilo de açúcar por R$ 5,00, e no próximo mês viu que o mesmo açúcar está custando R$ 7,89, ocorreu uma variação de 57%.

Ou seja, você não consegue mais comprar o mesmo produto com os seus R$ 5,00, ou vai pagar mais caro ou escolher outra marca com o preço que você possa pagar. Nesse caso, ocorreu a perda do poder de compra.

Se isso já é um problema para todos os brasileiros, para as mulheres essa desvalorização no salário é pior ainda, pois geralmente mulheres ganham menos em relação aos homens além de sofrerem com o imposto rosa.

Entenda um pouco mais sobre como essa desvalorização impacta a vida das mulheres, além de entender como as empresas podem mudar essa realidade.

Desigualdade salarial

Entenda que essa redução não é sentida por todos da mesma maneira, as classes mais pobres e as mulheres são as que mais sofrem com os efeitos da inflação.

Afinal, a distribuição de renda não é a mesma para todos, por exemplo, o salário que um funcionário que trabalha na produção de um fabricante de etiquetas recebe, não é o mesmo que um cirurgião plástico.

Além disso, a grande culpa da desigualdade no país se deve a forma como os produtos são tributados no Brasil.

Atualmente o sistema tributário é o regressivo, que significa que o pobre acaba pagando mais imposto que o rico, pois o valor do imposto pesa mais no bolso do pobre do que no rico.

Ainda mais levando em conta os dados que já foram apresentados como, salário mínimo e o preço da cesta básica. Pois ao tributar como prioridade o consumo e não a renda, de forma indireta esses impostos estão privilegiando quem mais dinheiro.

Só para você entender melhor, uma pessoa que recebe um salário mínimo, ao comprar um balão de coração metalizado preço será mais alto, afinal o seu poder de compra é mínimo e irá gastar parte do seu salário, que deveria ser usado para compras essenciais.

Já quem tem um poder aquisitivo mais alto, não vai sentir nenhuma diferença ao adquirir esse produto, afinal esse dinheiro não compromete o seu orçamento.

Trazendo esse número para um recorte de gênero, vemos como as mulheres sofrem ainda mais com esse problema.

Pois temos a grande questão da desigualdade salarial, o que faz com que muitas mulheres ganham cerca de 30% menos que o homem.

Ou seja, em muitos casos uma mulher que efetua um serviço de corte de chapas a laser ou de outro setor, ganha menos que um homem que exerce a mesma função.

Além disso, temos o grande vilão que é o imposto sobre os bens de consumo, conhecido como imposto rosa, o que torna ainda mais caros os produtos femininos.

Você nunca parou pra pensar que os objetos rosa ou lilás que são associados às mulheres custam mais caros? O produto é o mesmo, mas só pela cor já é atribuído um preço a mais, esse é o imposto rosa. Podemos vê-los em:

  • Desodorante;

  • Creme de cabelo;

  • Brinquedos;

  • Roupas.

Um grande exemplo são as lâminas vendidas nos supermercados, a lâmina de depilar custa em média 25% a mais que a lâmina de barbear.

Alguns outros produtos também são destaques desse imposto como os shampoos e condicionadores com 48% a mais, e os absorventes que é um item de primeira necessidade com 34,48%.

Com a queda do padrão de vida e o custo dos alimentos cada vez mais altos, esses itens que muitas vezes são de higiene e beleza acabam sendo deixados de lado, afinal é muito mais importante direcionar a renda para alimentação e sobrevivência.

Ao se pensar que as famílias de mães solos, sofrem ainda mais com essa situação, pois a única fonte de renda vem dessa mulher que trabalha para sustentar a casa sozinha.

Tendo muitas vezes que complementar sua renda, seja com a venda de comidas, cosméticos ou brindes personalizados bloco de anotações para conseguir cumprir com as obrigações financeiras.

Esse cenário de desvalorização do salário mínimo e a alta inflação, além de colocar as famílias em situação de segurança alimentar, afinal as pessoas não sabem se vão ter dinheiro para se alimentar durante o mês, e muitas vezes precisam pular uma alimentação para sobreviver.

Também possibilita a evasão escolar, pois muitas crianças precisam sair da escola para trabalhar e ajudar financeiramente em casa.

Como reverter às consequências da desvalorização

É importante entender que as soluções podem demorar um pouco, uma questão de médio prazo até que esse quadro seja revertido.

Economistas apontam que é preciso adotar medidas de ajuste fiscal e o aumento real do salário mínimo, assim todos vão conseguir aumentar o seu poder de compra, seja um funcionário de empresas de molduras em EPS ou um professor.

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estática e Estudos Socioeconômicos (Dieese) o salário mínimo deveria ser de 6.754,33 reais.

Para que ocorra o aumento real do salário mínimo é preciso que ele seja ajustado em um percentual acima da inflação, além disso, o salário mínimo deve cobrir todas as necessidades de uma família.

Além de gastos com alimentação deve cobrir, higiene, moradia, transporte, escola e tudo que diz respeito às necessidades de cada indivíduo.

Afinal nada mais justo, o trabalhador que trabalha com forno de pizzaria a gas não pode viver de uma forma diferente que uma pessoa que presta serviços de T.I, a renda básica precisa cobrir todos os gastos.

Desigualdade social entre homens e mulheres

Além disso, as empresas precisam entender que as mulheres devem receber o mesmo que o homem, afinal as funções exercidas são as mesmas, e seus direitos devem ser iguais.

É importante a adoção de leis de igualdade salarial para que as empresas e organizações avaliem de forma periódica suas práticas e compensação tomando medidas que visam eliminar a desigualdade salarial de gênero.

Seja uma empresa de assistência técnica ou de locação de gerador trifásico é importante adotar estar atento a como os seus funcionários estão sendo pagos.

Um belo exemplo de como essa prática pode funcionar, é o que acontece na Islândia desde 2018, onde o país exige a igualdade de salários entre homens e mulheres, onde determina que pagar salários mais altos para homens que exercem a mesma função é ilegal.

Afinal, quando uma mulher procura, por exemplo, por: “camisa brim uniforme preço” irá pagar o mesmo valor que o homem, porque o seu salário tem que ser menor?

Além disso, já vimos como os impostos são mais altos para as mulheres, por isso é importante que as empresas entendam a importância da paridade salarial, onde todos que exercem a mesma função devem ganhar o mesmo, independente do gênero.

Só assim vamos viver em um país mais juntos, onde as famílias e principalmente as mulheres vão conseguir viver com a própria renda e não sobreviver como vem acontecendo nos dias atuais.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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