Que me recorde, nunca publiquei texto do Diogo Mainardi aqui, mas estou com ele nesta nota publicada pela Crusoé:
A primeira pergunta a ser respondida sobre 2022 é a seguinte: Jair Bolsonaro
vai levar sua candidatura até o fim? Meu palpite é que ele vai pular
fora da disputa presidencial. Dou até uma data: junho ou julho. Se o
sociopata tiver a certeza de que vai ser derrotado por Lula
no segundo turno ou, de maneira ainda mais humilhante, no primeiro, ele
desiste. O outro fator que pode persuadi-lo a fugir das urnas é Sergio Moro.
Se meu candidato subir uns seis ou sete pontinhos nas pesquisas, o
futuro presidiário vai buscar um caminho mais seguro para tentar evitar a
cadeia.
William
Waack disse na quinta-feira que o pesadelo encarnado por Jair Bolsonaro
e Lula só poderá ser derrotado se o candidato da Terceira Via souber
oferecer um sonho para o eleitorado. Ele está certo. Antes disso, porém,
é preciso escolher um candidato. Sendo ainda mais claro: é preciso
acordar para o fato de que só surgiu um nome capaz de enfrentar o duplo
pesadelo — o de Sergio Moro. Ele talvez não seja o candidato dos sonhos
para uma parte da Terceira Via, mas é o único. Essa é a realidade.
Assim
que Moro for escolhido como candidato único da Terceira Via, a campanha
vai mudar. A lógica de uma disputa polarizada só funciona quando há
equilíbrio entre os dois polos. Esse equilíbrio, que já é praticamente
inexistente, considerando a vantagem insuperável de Lula sobre
Bolsonaro, deve desaparecer de uma vez por todas, porque uma candidatura
mais competitiva de Moro vai acabar atraindo uma fatia do eleitorado
bolsonarista. E, sem o pesadelo bolsonarista, o pesadelo lulista também
se distancia.
Não
sei se alguém já teve essa conversa com Bolsonaro. Suponho que não. Mas
o abandono de sua candidatura tem tudo para representar o fato
“imponderável” citado por William Waack — uma “mãozinha” do destino,
como ele disse.
Isso
só vai se realizar, porém, se houver um trabalho conjunto para empurrar
a candidatura de Moro, cuja campanha, até agora, foi uma porcaria. Ele
precisa de gente. É o que se espera daquela turma que passou o último
ano defendendo a Terceira Via. União Brasil, Novo, Cidadania, PSDB e MDB
devem se reunir com movimentos sociais, empresários e banqueiros para
oferecer uma saída ao país, que já tem um rosto e um nome. Sim, é Sergio
Moro.
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