Muitos dos defensores de Biden na mídia e na política estão percebendo e criticando sua liderança em meio a um dos piores fiascos da política externa da história dos EUA. Jarred Stepman, via Daily Signal, com tradução para a Gazeta do Povo:
Provavelmente,
muitos americanos estão se tornando mais conscientes da rápida
diminuição da confiança na competência de Joe Biden na Presidência dos
Estados Unidos.
As
imagens e os vídeos que vieram do Afeganistão mostram um fracasso
catastrófico na execução de uma retirada de um país conturbado, e
indicam severas falhas na inteligência e no planejamento que ocorreram
nos níveis mais altos do governo americano.
Mesmo
muitos dos defensores de Biden na mídia e na política estão percebendo e
criticando sua liderança em meio a um dos piores fiascos da política
externa da história dos EUA. Talvez alguns sintam que os fracassos de
Biden traiam sua mensagem de que ele levaria os “adultos” de volta para
Washington.
O
que vimos até agora, no curto período de tempo desde que Biden assumiu o
cargo, é uma série de catástrofes, enquanto o governo luta para
empurrar sua agenda progressista no Congresso. No cenário mundial, a
situação é muito pior.
Em
questões que recaem mais diretamente sobre o Poder Executivo, como a
proteção de fronteiras e a condução das políticas externa e militar, o
governo caiu em uma série de fracassos inquestionáveis.
Isso,
apesar de o governo Biden estar repleto do que a mídia celebrou como
uma das mais “diversas” e “experientes” equipes de conselheiros e
secretários de todos os tempos. Parece que isso não é levado em conta.
O
governo Biden em primeiro lugar empurrou o progressismo; agora ele
promove o “fragilismo” dentro e fora dos EUA. A sua resposta ao desastre
que se desenrolou no Afeganistão foi, essencialmente, culpar os
antecessores, o presidente afegão e tudo mais, ao mesmo tempo em que
dizia de modo desajeitado e inconvincente que “a responsabilidade de
escolher é minha”.
Quão
diferente isso foi do presidente John F. Kennedy que, após a operação
fracassada da Baía dos Porcos em Cuba, disse que somente ele tinha a
responsabilidade para com o país.
Em seu discurso após um fim de semana de caos no Afeganistão, Biden foi essencialmente um anti-Kennedy.
Biden
fez um discurso que deveria ter dado meses atrás sobre por que os EUA
não deveriam estar construindo uma nação no Afeganistão e por que era
importante partir. O presidente Donald Trump transmitiu a mesma
mensagem, razão pela qual ele iniciou a retirada.
Mas
Biden se esquivou completamente da questão mais importante do momento: a
razão pela qual a operação de retirada foi um desastre absoluto.
Ele
então escapou das perguntas dos repórteres e retornou imediatamente
para Camp David para continuar suas férias. Ele só voltou a aparecer em
público nesta quarta-feira (18) para fazer um discurso sobre a Covid-19.
Ele atacou os governadores republicanos sobre a obrigação do uso de
máscaras nas escolas e depois saiu do palco sem responder perguntas.
Inacreditável.
Ele
espera que a história simplesmente fique velha e o país passe para
outro ciclo de notícias? Isso é um grande insulto à inteligência do povo
americano, se for esse o caso.
Em
uma entrevista com George Stephanopoulos, da ABC, Biden foi questionado
se a situação poderia ter sido melhor tratada. O presidente dos EUA
basicamente disse "não".
Para
piorar as coisas, quando lhe perguntaram sobre os vídeos do povo afegão
caindo de aviões, Biden respondeu: "Isso foi há quatro dias, cinco dias
atrás".
Foi há dois dias, mas que diferença faz, certo?
Alguns
compararam Biden ao ex-presidente Jimmy Carter na forma como ele está
lidando com a situação no Afeganistão. Mas essa comparação é injusta
para com Carter. Na crise iraniana dos reféns, Carter assumiu
pessoalmente o comando da operação de resgate para recuperar os
americanos da embaixada dos EUA. A missão terminou em fracasso.
Em mensagem ao país, após abortar a missão, Carter, tal como Kennedy, assumiu completa e inequivocamente a responsabilidade.
“Foi
minha decisão tentar a operação de resgate. Decidi cancelá-la quando
surgiram problemas no posicionamento de nossa equipe para uma futura
operação de resgate. A responsabilidade é totalmente minha”, disse ele
numa declaração da Casa Branca.
Isso
não foi tudo. Carter assegurou aos Estados Unidos que o esforço para
trazer os seus cidadãos de volta para casa não diminuiria:
Como
presidente, sei que toda a nação sente a profunda gratidão que sinto
pelos bravos homens que se prepararam para resgatar seus conterrâneos
americanos do cativeiro. E, como presidente, também sei que a nação
compartilha não só minha decepção de que o esforço de resgate não pôde
ter sido levado adiante, por causa de dificuldades mecânicas, mas também
minha determinação em perseverar e trazer todos os nossos reféns para a
liberdade.
Certamente
houve uma crise de confiança nas habilidades de liderança de Carter, e é
por isso que os EUA terminaram com Ronald Reagan na Casa Branca após um
único mandato de seu antecessor. Mesmo assim, Carter não desertou ou
esteve indisposto a encarar as consequências de suas decisões. Em todo
caso, ele era apenas um microgestor ineficaz.
Nesse momento, o fracasso de Biden é muito mais profundo
“A
história não julgará a Presidência Biden com bons olhos por isso”,
disse Bill Roggio, membro sênior da Fundação para a Defesa das
Democracias e editor do Long War Journal, em uma entrevista com Fred
Lucas do The Daily Signal.
“Isso
faz com que qualquer uma das falhas de Jimmy Carter seja uma
brincadeira de criança. Carter lidou mal com uma situação de reféns”,
disse Roggio. “Biden tomou medidas que levaram ao colapso de um aliado
no qual tínhamos investido enorme quantia de sangue e dinheiro. Esta é
uma derrota para os EUA e uma derrota para o governo afegão.”
Os
presidentes dos EUA devem ser ativos quando cidadãos americanos correm
perigo extremo no exterior. Mas enquanto Biden está aparentemente de
férias, o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan nem mesmo
comentou se as tropas se retirarão antes de que todos os americanos
tenham saído do Afeganistão.
Quando
questionado sobre os cidadãos norte-americanos presos no país, Sullivan
disse em uma entrevista coletiva: “Não vou comentar sobre hipóteses”.
Como é reconfortante! Para os americanos presos lá, isso não parece bom.
Mesmo
quando os EUA eram um país muito mais fraco, os maus tratos aos
cidadãos americanos no exterior quase sempre foram uma causa para ações
decisivas de presidentes e do governo federal.
Os
EUA entraram na Guerra de 1812 por causa da expropriação britânica dos
marinheiros americanos, embora o país estivesse altamente despreparado
para enfrentar uma superpotência mundial.
Grandes países não abandonam seus cidadãos à mercê de outros sem lutar.
Agora,
não há respostas e um presidente que não apenas falhou em tomar uma
ação decisiva, mas está deixando de agir. As comparações com Carter são
injustas para com Carter.
Talvez
seja melhor fazer uma comparação entre Biden e outro presidente nascido
na Pensilvânia, o antecessor de Abraham Lincoln, James Buchanan: o
experiente homem de Washington esmagado pelo momento histórico, que
hesitou e dormiu enquanto o país se desintegrava.
A crise dos Estados Unidos continua.
Jarrett Stepman é um colaborador do The Daily Signal e co-apresentador do podcast The Right Side of History.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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