Em artigo publicado pelo Instituto Mises, Richard Ebeling descreve os acontecimentos que vivenciou no fim da ditadura comunista soviética:
Trinta
anos atrás, no dia 19 de agosto de 1991, em meio ao processo de
abertura política (glasnost) e reforma econômica (perestroika) iniciado
por Mikhail Gorbachev, líderes soviéticos pertencentes à linha dura do
Partido deram início a uma tentativa de golpe de estado político e militar.
Eles queriam revogar todo o processo de reformas e manter a ditadura comunista na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Foi a semana que abalou o mundo.
No
dia 22 de agosto de 1991, eu estava no meio de uma eufórica multidão de
dezenas de milhares de pessoas aglomeradas em frente ao parlamento
russo em Moscou, a capital da União Soviética.
Elas celebravam o fracasso desta tentativa de golpe.
Quando
os tanques foram enviados para capturar Boris Yeltsin, eles foram
persuadidos pelo povo a apontar suas armas para o outro lado e a
defender Yeltsin e o Parlamento russo.
O regime soviético havia governado a Rússia e as outras 14 repúblicas da URSS
por quase 75 anos, desde a Revolução Bolchevique em novembro de 1917
liderada por Vladimir Lênin e por seu grupo comunista de seguidores
marxistas. Durante esses quase três quartos de século, primeiro sob
Lênin e especialmente sob Josef Stalin e seus sucessores, historiadores estimam
que mais de 64 milhões de pessoas — inocentes, homens desarmados,
mulheres e crianças — morreram nas mãos do regime soviético, e tudo em
nome da construção de um "belo e brilhante futuro" para o socialismo.
Milhões de mortos
Calcula-se
que apenas a coletivização forçada da terra implantada por Stalin, no
início dos anos 1930, tenha custado as vidas de algo entre 9 e 12
milhões de camponeses russos e ucranianos, os quais morreram enquanto
tentavam resistir ao confisco de suas propriedades agrícolas ou após
terem sido enviados (com suas mulheres e filhos) a fazendas coletivas
estatais para fazer trabalhos forçados [veja um relato, forte, do que
foi feito com os ucranianos aqui].
Alguns
foram simplesmente assassinados a tiros; outros foram torturados até a
morte; já o restante foi enviado para campos de concentração e de
trabalho forçado na Sibéria ou na Ásia central Soviética, os quais eram chamados de GULAG.
Milhões foram lentamente esfaimados até a morte por causa de uma
inanição criada pelo governo com o intuito de forçar as pessoas a se
submeterem às ordens expedidas pelo comitê de planejamento central de
Stalin e seus partidários.
Outros
milhões foram capturados, arrebanhados e enviados para campos de
trabalho forçado nas localidades mais isoladas da União Soviética como
parte do plano central de tentar desenvolver à força os setores
industrial e mineral dessas localidades.
Nas
décadas de 1930 e 1940, o plano central de Stalin incluía cotas
estipulando o número de "inimigos do povo" que deveria ser capturado e
executado em cada cidade e vilarejo da União Soviética, para servirem de
exemplo e arrefecer eventuais impulsos de resistência. Adicionalmente,
havia cotas também estipulando quantos deveriam ser capturados e
enviados para os GULAGs como substitutos das pessoas que já haviam
morrido de fome e frio enquanto trabalhavam forçadamente nas vastas
terras desoladas da Sibéria, do norte da Rússia européia, e da Ásia
Central.
Ao
longo das décadas de 1960, 70 e 80, o regime soviético foi sendo cada
vez mais percebido como notoriamente corrupto, estagnado e, finalmente,
decrépito, sob uma sucessão de caquéticos líderes do Partido Comunista
que tinham como único propósito manter o poder e seus privilégios
especiais.
Em
1986, um homem muito mais jovial, Mikhail Gorbachev, que havia
ascendido por conta própria na hierarquia do Partido, foi nomeado ao
cargo máximo de Secretário Geral do Partido Comunista da URSS.
A tentativa de Gorbachev de salvar o socialismo
Gorbachev
acreditava que a União Soviética havia cometido vários erros no
passado; mas ele não era um oponente do socialismo ou de seus
fundamentos marxistas-leninistas. Ele queria apenas um novo "socialismo
com uma face mais humana". Seu objetivo era uma ideologia comunista
"mais bondosa e mais gentil", por assim dizer. Ele genuinamente
acreditava que a União Soviética poderia ser salva e, com ela, uma
alternativa coletivista mais humana ao capitalismo ocidental.
Para alcançar esse objetivo, Gorbachev introduziu duas agendas reformistas.
Primeiro,
a perestroika, uma série de mudanças economistas com o intuito de
admitir os erros do pesado planejamento central até então em voga. Os
administradores das empresas estatais deveriam ser mais cobrados e
teriam de prestar contas; pequenos empreendimentos privados passaram a
ser permitidos; empresas soviéticas poderiam participar de
empreendimentos conjuntos com empresas ocidentais. Flexibilidade e
adaptação criariam uma nova e melhor economia socialista.
Segundo,
a glasnost, a "abertura" política, sob a qual as maluquices políticas
do passado seriam reconhecidas e as até então "páginas em branco" da
história soviética — especialmente "os crimes de Stalin" — seriam
preenchidas. Uma maior honestidade histórica e política, diziam eles,
restauraria a moribunda ideologia soviética e renovaria o apoio
entusiástico do povo soviético pelo agora reformado e redesenhado
brilhante futuro socialista.
No
entanto, com o tempo, os membros mais linha-dura e "conservadores" da
liderança soviética passaram a considerar tais reformas como sendo a
abertura de uma Caixa de Pandora, a qual permitira que forças
incontroláveis solapassem o sistema soviético. Eles já haviam visto
isso acontecer nos satélites do Império Soviético no Leste Europeu. [Ver
alguns relatos aqui, aqui e aqui].
O início do fim no Leste Europeu
Em 1989, Gorbachev permaneceu inerte enquanto o Muro Berlim, o símbolo do poder imperial soviético no coração da Europa, era derrubado pela população e as "nações cativas" do Leste Europeu — Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia
e Bulgária —, as quais Stalin clamava serem suas e que foram
conquistadas pela força militar ao final da Segunda Guerra Mundial,
começaram a se libertar do controle comunista e da dominação soviética.
Os
membros da linha-dura soviética estavam agora convencidos de que um
novo tratado político que Gorbachev pretendia assinar com Boris Yeltsin —
presidente da República Socialista Federativa Soviética da Rússia — e Nursultan Nazarbayev — presidente da República Socialista Soviética do Cazaquistão — significaria o fim da própria União Soviética.
As
pequenas repúblicas bálticas da Estônia, Letônia e Lituânia já estavam
reafirmando a independência nacional que haviam perdido em 1939-1940,
como resultado da divisão do Leste Europeu acordada por Stalin e Hitler.
Em janeiro de 1991, violentas e homicidas intervenções militares
soviéticas na Lituânia (veja um vídeo) e na Letônia
não foram capazes de esmagar os crescentes protestos anti-soviéticos
naqueles países. Métodos militares também foram empregados, sem sucesso,
para tentar manter sob controle as repúblicas soviéticas da Geórgia e
do Azerbaijão.
Conspiradores comunistas pelo poderio soviético
No
dia 18 de agosto de 1991, os conspiradores da linha-dura tentaram
persuadir Gorbachev a cancelar seus planos de fazer acordos políticos
com a Federação Russa e com o Cazaquistão Soviético. Ao se recusar,
Gorbachev foi mantido à força em sua dacha (as casas de veraneio do alto escalão da burocracia soviética) na Criméia, ao norte do Mar Negro, na qual passava férias.
No
início da manhã do dia 19 de agosto, os conspiradores emitiram uma
declaração anunciando que estavam tomando o controle do governo
soviético. Um plano para capturar, e possivelmente assassinar, Boris
Yeltsin havia fracassado. Yeltsin conseguiu enganar os sequestradores ao
sair de sua casa nos arredores de Moscou e chegou em segurança ao
prédio do Parlamento Russo. Unidades militares leais aos conspiradores
da linha-dura cercaram e sitiaram a cidade com tanques em todas as
pontes que levavam a Moscou e em todas as grandes vias que davam acesso
ao centro de Moscou. Tanques também cercaram o Parlamento Russo.
Mas
Yeltsin rapidamente conseguiu aglutinar o povo de Moscou a seu favor,
fazendo também com que a população russa em geral defendesse a Rússia
contra a tentativa de golpe de estado dos comunistas linha-dura. Pessoas
de todo o mundo testemunharam Yeltsin subindo em um tanque do exército
em frente ao Parlamento e fazendo um discurso pedindo aos moscovitas que
resistissem a qualquer tentativa de retorno aos dias negros do regime
comunista.
À
época, a mídia ocidental fez muito barulho em relação ao mau
planejamento da tentativa de golpe que durou 72 horas, de 19 de agosto a
21 de agosto. A mídia mundial se concentrou no — e zombou o —
nervosismo e confusão demonstrados por alguns dos líderes do golpe
durante uma conferência de imprensa.
Os
conspiradores foram ridicularizados por seu comportamento cômico e
trapalhão ao perderem a chance de sequestrar Yeltsin e de postergar sua
tomada do prédio do Parlamento Russo; ou mesmo por deixarem abertas as
linhas telefônicas internacionais e por não terem nem sequer tentado
obstruir as transmissões feitas in loco pelas televisões estrangeiras,
as quais relatavam para todo o mundo, e ao vivo, os eventos que estavam
ocorrendo em toda a União Soviética.
Os perigos de a linha-dura ter vencido
Independentemente
do pobre planejamento dos líderes do golpe, o fato é que, se eles
fossem bem-sucedidos, as consequências poderiam ser catastróficas. Tenho
comigo até hoje uma fotocópia do mandado de prisão que havia sido
preparado para ser impingido em toda a região de Moscou e que fora
assinado pelo comandante militar, o marechal Kalinin.
O
mandado concedia aos militares e ao KGB a autoridade para prender
absolutamente qualquer pessoa. O mandado tinha um "preencha a lacuna",
no qual o nome da vítima, qualquer vítima, seria escrito na hora. Quase
500.000 desses mandados de prisão já haviam sido expedidos. Em outras
palavras, em torno de meio milhão de pessoas poderiam ter sido presas
apenas em Moscou.
No
dia anterior ao início do golpe, o KGB havia recebido um carregamento
de 250.000 pares de algemas. Posteriormente, a imprensa russa noticiou
que alguns dos campos de concentração da Sibéria haviam sido reabertos.
Se o golpe houvesse sido bem-sucedido, possivelmente de três a quatro
milhões de pessoas em toda a União Soviética seriam enviadas novamente
aos GULAGs.
Outro
documento publicado pela imprensa russa após o fracasso da tentativa de
golpe detalhava instruções para as autoridades militares em várias
regiões do país. As ordens eram para começar a apertar ainda mais a
vigilância sobre o povo nas áreas sob sua jurisdição, vigiando todas as
palavras, movimentos e ações de cada indivíduo. Os estrangeiros deveriam
ser seguidos e vigiados com ainda mais atenção. E relatórios deveriam
ser enviados aos líderes do golpe em Moscou a cada quatro horas.
Com
efeito, quando o golpe estava em progresso, o KGB começou uma série de
batidas para fechar todos os empreendimentos comerciais moscovitas
feitos em parceria com empresas ocidentais, acusando-as de ser um "ninho
de espiões", e aprisionando alguns dos participantes russos desses
empreendimentos.
Uma calma surreal escondia todo o medo
Durante
a tentativa de golpe, Moscou apresentava uma qualidade surreal, a qual
percebi enquanto caminhava pelas várias partes do centro da cidade.
Nas
ruas de toda a cidade, parecia que nada estava acontecendo — exceto
pelo enxame de tanques soviéticos estrategicamente posicionados no
centro das interseções de avenidas e nas pontes cruzando o rio Moscou.
Os taxis passavam pelas avenidas à procura de passageiros; a população
parecia manter a rotina, indo para e voltando do trabalho, ou esperando
nas longas e rotineiras filas pela ração diária distribuída pelo
governo; e os motoristas, como de costume, faziam filas nos postos de
gasolina controlados pelo governo.
Mesmo
estando em um carro alugado e com placas claramente estrangeiras, em
momento algum fui parado enquanto dirigia pelo centro de Moscou.
Os
únicos sinais perceptíveis naqueles dias extraordinários eram os
olhares mais assustados e sombrios do que o habitual nos rostos da
população; e o fato de que nos centros de distribuição de comida as
pessoas se aglomeravam em volta dos rádios após já terem comprado seus
alimentos.
No entanto, a aparência de quase normalidade não era capaz de esconder o fato de que o futuro do país estava por um fio.
Os russos se arriscaram pela liberdade

Durante
os três dias daquela semana decisiva, russos de todas as profissões
tiveram de se perguntar qual preço eles estavam dispostos a pagar pela
liberdade. E milhares concluíram que arriscar a própria vida para
impedir um retorno do despotismo comunista era um preço que estavam
dispostos a pagar.
Esses
milhares apareceram em frente ao Parlamento Russo em resposta ao
chamado de Boris Yeltsin. Eles formaram barricadas improvisadas, e se
prepararam para oferecer a si próprios como escudos humanos desarmados
contra tanques e tropas soviéticas. Minha futura mulher Anna e eu
estávamos entre aqueles defensores da liberdade que permaneceram em
vigília durante todos aqueles três dias praticamente de frente para os
canhões dos tanques soviéticos.
Dentre aqueles milhares, três grupos se destacavam mais por terem escolhido lutar pela liberdade.
Primeiro,
os jovens em final de adolescência e início de seus vinte anos, os
quais estavam vivendo em um ambiente um pouco mais livre durante os
últimos seis anos desde que Gorbachev havia assumido o poder, e que não
queriam viver sob o terror e a tirania que seus pais haviam vivenciado
no passado.
Segundo,
os novos empreendedores russos, que temiam que aquela ainda nascente
liberdade econômica que lhes havia permitido iniciar pequenos
empreendimentos privados fosse esmagada pela volta da linha-dura
comunista.
E
terceiro, os veteranos da guerra soviética no Afeganistão, que haviam
sido recrutados à força para servir ao imperialismo soviético e que
agora estavam decididos a impedir seu retorno.
A
falência do sistema soviético foi demonstrada não apenas pela coragem
daqueles milhares de indivíduos defendendo o Parlamento Russo, mas
também pela não disposição dos militares soviéticos de obedecer às
ordens dos líderes do golpe.

É
verdade que apenas um punhado de unidades militares de fato passou
imediatamente para o lado de Yeltsin em Moscou. Mas centenas de
babushkas — avós — russas foram para cima dos jovens soldados que
manejavam os tanques soviéticos e os confrontaram perguntando: "Vocês
vão atirar em suas mães, em seus pais, em sua avó? Nós somos cidadãos do
seu próprio povo."
O
ato final do golpe veio quando essas unidades militares se recusaram a
obedecer às ordens da linha-dura comunista de sitiar e tomar o prédio do
Parlamento Russo, o que possivelmente teria custado centenas de
milhares de vidas.
Liberdade! Liberdade! Liberdade!
Naquela
clara e quente tarde de quinta-feira, 22 de agosto de 1991, a enorme
massa de seres humanos que havia se juntado em uma grande praça atrás do
Parlamento Russo permaneceu ali ouvindo Boris Yeltsin lhes dizer que
aquela área seria agora conhecida como a Praça da Liberdade Russa. A
multidão então respondeu em uníssono: Svaboda! Svaboda! Svaboda! —
"Liberdade! Liberdade! Liberdade!".

Uma
enorme bandeira da Rússia pré-comunista, com suas cores branca, azul e
vermelha, cobriu toda a frente do prédio do parlamento. A multidão olhou
para cima e viu a bandeira vermelha soviética, com a foice e o martelo
amarelos no canto superior esquerdo, sendo baixado no mastro em cima do
Parlamento, com as cores da Rússia sendo elevadas pela primeira vez em
seu lugar. E de novo as pessoas gritaram: "Liberdade! Liberdade!
Liberdade!"
Não
muito longe do prédio do Parlamento em Moscou, naquele mesmo dia, uma
enorme multidão se aglomerou na Praça Lubyanka, no quartel-general do
KGB.
Com a ajuda de um grande guindaste, os moscovitas arrancaram e derrubaram a estátua de Felix Dzerzhinsky,
o fundador da polícia secreta soviética, que ficava perto da entrada do
prédio do KGB. (Veja no vídeo a partir dos 16 segundos de vídeo).
Em
um pequeno parque em frente à sede do KGB, em um esquina em que hoje há
um pequeno monumento em homenagem às vítimas dos campos de trabalho
forçado soviéticos, uma manifestação anti-comunista se formou. Um jovem
vestindo um uniforme militar da velha Rússia czarista queimou uma
bandeira soviética, sob aplausos e louvores da multidão.
O
pesadelo de 75 anos de terror e tirania comunista estava chegando ao
fim. O povo da Rússia ansiava por liberdade, e se deleitava com a
alegria desse prospecto.
A esperança da liberdade e a realidade pós-comunista
A
morte do Partido Comunista e do sistema soviético foi, sem dúvida, o um
dos mais monumentais e grandiosos eventos da história. Que o regime
tenha se esfacelado com uma relativamente pequena quantidade de sangue
derramado durante aquelas decisivas 72 horas da tentativa de golpe
perpetrada pela linha-dura comunista é algo relativamente milagroso.
Os
últimos vinte e cinco anos não foram do jeito que os vários defensores
da liberdade na Rússia haviam esperado. Com efeito, a Rússia
pós-comunista incorreu em várias trapalhadas econômicas, políticas e
geopolíticas.
Primeiro,
não reformaram sua moeda, a qual vivenciou uma nociva hiperinflação
entre 1992 e 1994, culminando em uma severa crise financeira em 1998, a
qual abriu caminho para a volta de figuras políticas autoritárias em
1999, ano em que Vladimir Putin chegou ao poder.
Segundo, em vez de desestatizar da maneira correta,
embarcaram em um programa de "privatização" contraditório, mal
organizado e inerentemente corrupto, o qual consistia apenas em
transferir empresas estatais para as mãos de magnatas russos que haviam
enriquecido durante o comunismo exatamente em decorrência de suas
conexões com o governo e o KGB (veja os relatos aqui).
Terceiro, o país se envolveu em duas sangrentas e destrutivas guerras ao tentar evitar a separação da Chechênia.
Quarto, a corrupção em todos os níveis do governo é endêmica, difusa e mundialmente conhecida.
Quinto,
os mercados são controlados pelo estado e manipulados por políticos,
assim como as decisões de investimento, o comércio e a mídia.
Sexto, assassinatos e aprisionamento de oponentes políticos do regime são corriqueiros;
Sétimo,
há uma significativa nostalgia entre várias pessoas pelo retorno do
país ao status de "grande poder militar mundial" e pela volta da "mão
firme" da era stalinista.
Oitavo, as recentes aventuras militares de Putin na Criméia, na Ucrânia e na Síria.
Não
obstante, para aqueles — dentre os quais me incluo — que tiveram a
sorte de estar em Moscou em agosto de 1991, permanece em nossas mentes
como um momento histórico inesquecível o momento em que o primeiro e
mais longevo dentre os estados totalitários do século XX caiu de
joelhos.
A União Soviética desapareceria em definitivo do mapa político mundial no dia 24 de dezembro de 1991,
com a fragmentação e a independência formal das 15 repúblicas
soviéticas que formavam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
O pesadelo soviético do "socialismo na prática" havia terminado.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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