MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 16 de maio de 2021

Segundo relatório da PF, falso cônsul buscou aproximação com Judiciário de Brasília

 

POLITICA LIVRE
brasil

Acusado de ser um dos principais articuladores na compra e venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o falso cônsul Adailton Maturino, segundo relatório da Polícia Federal, também teria tentado aproximação com o judiciário de Brasília. Na Bahia, Maturino dizia ser empresário e tinha fácil acesso a cúpula do Judiciário baiano.

Sua estratégia de se aproximar de pessoas com acesso ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi detectada pela Polícia Federal nas investigações da Operação Faroeste, que resultaram na prisão de Maturino em novembro de 2019 sob acusação de corrupção no Tribunal de Justiça da Bahia. Em um relatório sigiloso de fevereiro, a PF apontou tentativas de “tráfico de influência” de Maturino junto aos tribunais de Brasília: “Suspeita-se da possibilidade de atuação nos bastidores de outros advogados, inclusive numa tentativa de lobby (tráfico de influência) junto às respeitadas cortes”, segundo informações do jornal O Globo.

Ainda segundo o jornal, o empresário, vestido com ternos bem cortados de diferentes cores e um largo sorriso em todas as fotos sociais, levava uma vida de luxo e usava isso para fazer novos amigos. Tinha uma agência de turismo de Salvador à sua disposição e, em pouco mais de um ano, gastou cerca de R$ 1 milhão na compra de passagens aéreas para terceiros, incluindo pessoas ligadas ao Judiciário, como um desembargador da Bahia e advogados. A PF obteve a lista dos voos com o dono da agência de turismo.

Em Brasília, o falso cônsul era visto com frequência em cerimônias de posse nos tribunais superiores. Com honorários estipulados no valor de R$ 20 milhões em caso de êxito, Adailton contratou um ex-assessor do STF para atuar nos processos.

Em novembro de 2019 Maturino pagou um voo de Brasília a São Paulo para a advogada Anna Carolina Noronha, filha do então presidente do STJ, João Otávio de Noronha. Procurada, a advogada afirmou que foi contratada pelo filho de Maturino, Adriel Brendown, que é advogado, para atuar em parceria em um processo no STJ, envolvendo o litígio entre duas empresas da Bahia, e viajou para uma reunião.

A defesa de Maturino afirmou, ao jornal O Globo, que as passagens pagas “não envolvem motivos escusos”. Reitera, por exemplo, que Anna Carolina Noronha viajou para uma reunião de discussão de processos, nos quais atuaram com procuração e peças produzidas nos autos. Sobre o contrato de um advogado que é ex-assessor do STF, afirmou que “todos os contratos celebrados com advogados foram regularmente aperfeiçoados com pessoas que não possuíam nenhum impedimento na época da sua contratação”.

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