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terça-feira, 1 de outubro de 2019

SINDPESP divulga Salários das Polícias Civis do país: SP tem o segundo pior

SINDPESP

A Polícia Civil de São Paulo, o estado mais rico da federação, tem o segundo pior salário pago a um delegado de polícia no Brasil. Com vencimentos de R$ 9.888,37, São Paulo fica na frente apenas de Pernambuco, cuja remuneração é R$ 9.069,81. No outro lado do ranking está Mato Grosso, o estado que mais valoriza seu delegado, com R$ 24.451,11 de salário inicial. 
 
As informações estão no Ranking Salarial da Polícia Civil Brasileira, elaborado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP) com base em dados oficiais colhidos em todos os estados da federação por meio do Portal da Transparência, Diário Oficial e Secretarias de Segurança Pública. 
 
Depois de Mato Grosso, os governos que oferecem as melhores condições salariais a um delegado são Goiás (R$ 21.615,12), Alagoas (R$ 20.994,97), Rio Grande do Sul (R$ 20.353,06) e Maranhão (R$ 18.957,64). 
 
 
A análise do ranking mostra que os estados que melhor pagam sua polícia não estão, necessariamente, entre os mais ricos, aqueles que têm o maior Produto Interno Bruto (PIB). “A exceção, neste ranking, é o Rio Grande do Sul, que tem o quarto maior PIB e o quarto melhor salário do país. Os outros estados mais bem posicionados no ranking salarial não figuram na lista dos cinco que têm a maior riqueza. E isso deixa claro que valorizar a carreira policial não é uma decisão econômica, mas política”, afirma a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati.
 
A Polícia Civil de São Paulo foi sucateada ao longo de várias gestões, sem investimentos para recompor os quadros da instituição e sem qualquer política de valorização do profissional. “Durante vários governos, o estado não fez os necessários investimentos em segurança pública: viaturas e prédios estão deteriorados, o armamento está obsoleto, faltam equipamentos de segurança, como coletes balísticos, e o salário dos nossos policiais é um deboche”, afirma Raquel.
 
 
Presidente do SINDPESP Raquel Kobashi Gallinati 
 
O resultado dessa má gestão de segurança é um deficit de 14.206 policiais, o equivalente a 34% do efetivo. “A situação está insustentável, a Polícia Civil pede socorro. Não temos as mínimas condições necessárias para prestar o atendimento que a população merece. Quando um governo deixa de investir em segurança, ele não abandona apenas a polícia, ele abandona o seu povo e abre caminho para que a criminalidade aja com mais facilidade”, pontua Raquel.
 
Outras carreiras
 
A situação salarial dos investigadores de São Paulo é tão preocupante quanto o deficit da classe, que sofre com a falta de quase 3.500 profissionais em todo estado: eles recebem o segundo pior salário do Brasil (R$3.743,98). O Ceará tem os piores vencimentos da carreira (R$3732,86). Realidade bem diferente dos profissionais que atuam no Amazonas e entram na Polícia Civil recebendo R$ 9.613,14, quase o mesmo valor pago ao delegado de SP.
 
Os escrivães de São Paulo também estão na segunda colocação entre os salários mais baixos do país. Além de vencimentos vexatórios, são 3 mil policiais a menos à frente da segurança pública paulista.
 
Todos os valores utilizados na composição deste ranking se referem a salários iniciais vigentes no ano de 2019. Os dados foram colhidos no Portal da Transparência, nas publicações oficiais de órgãos como o Diário Oficial, nas Secretarias de Segurança Pública e demais secretarias de governo.
 
 


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Presidente do SINDPESP Raquel Kobashi Gallinati
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