Coluna de Alexandre Garcia (que conhece profundamente a Rede Globo) para esta quinta-feira, via Gazeta do Povo:
Vocês
lembram de Marco Maia, ex-presidente da Câmara, do PT? Pois agora ele é
réu. A Justiça em primeira instância – porque ele não é mais deputado e
por isso não foi para o Supremo – aceitou denúncia contra ele.
Marco
Maia está sendo acusado de ter recebido dinheiro como relator daquela
CPI mista da Petrobras, que não deu em nada, para não sugerir o
indiciamento de dirigentes da OAS e da Toyo Setal, duas empreiteiras. O
ex-presidente da Câmara recebeu um milhão de reais de uma empreiteira e
meio milhão de outra. Isso aconteceu em 2014.
A CPI da
Petrobras era vergonhosa. Teve o ex-senador Gim Argello que recebia
propina para que empresas não fossem convocadas e nem indiciadas. Aquilo
era uma indústria, uma CPI que se tornou indústria.
O
primeiro condenado no Supremo Tribunal Federal foi preso. Nelson Meurer,
do Partido Progressista do Paraná, que nasceu no Rio Grande do Sul,
também foi condenado pela Lava Jato a 13 anos e 9 meses.
Faz um
ano e meio que ele foi condenado. Mas ele estava solto por causa de
embargos de declaração. É aquilo que eu tenho falado aqui. Embargo é só
para protelar e foi isso que o ministro Edson Fachin concluiu.
Crime de difamação
Eu vi o
presidente Jair Bolsonaro irritado e indignado como nunca durante 20
minutos. Aquilo foi uma explosão, eu até pensei que ele ia ter um
treco. Ele se indignou com o noticiário enquanto estava na Arábia
Saudita.
Bolsonaro
teve conhecimento da reportagem do Jornal Nacional às 2:30 da manhã –
por causa do fuso horário. O conteúdo dessa notícia mostra que o
porteiro do condomínio, onde Bolsonaro tem casa, disse que chegou um
suspeito no dia da morte de Marielle Franco, Elcio Queiroz, pedindo para
falar com a casa do presidente e que alguém com a mesma voz de
Bolsonaro autorizou a entrada de Queiroz.
O
procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que isso é um
factóide, ou seja, uma invenção para prejudicar o presidente. Essa
questão já estava resolvida porque não se sustentava.
Já
estava muito provado que naquele dia Bolsonaro estava votando no
plenário da Câmara e por isso o Ministério Público já havia anunciado
ao PGR, e depois ao Supremo, como é de praxe, porque envolvia o nome do
presidente da República embora na época ele fosse deputado, que aquilo
era invenção.
As
gravações que foram enviadas ao Supremo não registram o nome de
Bolsonaro e sim que o porteiro fala que um senhor Elcio estava na
portaria e uma voz, que não tem nada a ver com a voz de Bolsonaro, diz
“tá, pode liberar”.
Elcio
Queiroz, suspeito da morte de Marielle e do motorista, foi para a casa
65 de Roni Lessa, que é um outro suspeito, no dia 14 de março de 2018.
Segundo o que Aras disse ao repórter da Folha de São Paulo, essa
situação gerou um crime de difamação contra o presidente.
Ao mesmo
tempo, a Procuradoria está investigando o porteiro do condomínio
Vivendas da Barra por crimes de denunciação caluniosa e falso
testemunho. Tudo isso resultou em uma indignação muito grande do
presidente.
Segundo o
procurador-geral da República, essa história tinha o intuito de
atingi-lo por algo que já estava arquivado. Aras disse que está
arquivado na Procuradoria e no STF porque as provas, as gravações e as
evidências são fracas.
A pessoa
não pode estar no plenário da Câmara e no condomínio Vivendas da Barra
ao mesmo tempo, ao menos que seja Santo Antônio. Exceção de Adélio Bispo
que estava na Câmara e enfiando a faca na barriga de Bolsonaro, em Juiz
de Fora. Ainda não se conseguiu apurar quem foi que registrou a
presença de Adélio Bispo na Câmara já que ele não é Santo Antônio.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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