MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Venda de livros cresce com destaque para os de não ficção


No final do ano passado, a situação das empresas varejistas de livros no Brasil esteve muito critica

Tribuna da Bahia, Salvador
30/10/2019 10:00 | Atualizado há 5 horas e 5 minutos
   
Foto: Romildo de Jesus

Por Licio Ferreira
O Painel do Varejo de Livros no Brasil realizado pela Nielsen em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) apontou um crescimento de 0,96% em volume e de 3,74% em faturamento, no período que vai de 9 de setembro a 6 de outubro. As empresas varejistas, monitoradas pela Nielsen, apresentaram esta variação positiva em relação ao mesmo período de 2018, quando o volume de vendas foi de 2.996 milhões de exemplares e, neste ano, passou para 3.025 milhões, aumentando também o faturamento de R$ 112.734 milhões para R$ 116.952 milhões.
Esta boa notícia coincide com o tratamento que a TV Globo está oferecendo ao público, ao valorizar o universo da literatura como um dos principais panos de fundo, da novela Bom Sucesso, do horário das 7. Na ficção da “Venus Platinada” - que fez sua estréia no último dia 29 de julho -, os livros têm uma presença marcante nos cenários. A começar pela editora Prado Monteiro, passando pelas bibliotecas de Alberto (Antonio Fagundes) e do Colégio Estadual Dias Gomes; e atingindo as casas dos editores Mario (Lucio Mauro Filho) e William (Diego Montez) e mais uma livraria.
O que é melhor: vez por outra, Alberto (Antonio Fagundes) levanta a bola do assunto, apresentando os livros de uma forma ou de outra para sua amiga querida Paloma (Grazi Massafera). Claro que não é apenas uma simples novela que vai proporcionar essas e outras melhorias num setor que está cambaleante. Mas não deixa de ser um ‘sopro de bons ventos’ para os que vivem da profissão de ‘livreiro’.
NÃO FICÇÃO
No comparativo apresentado pelo painel da Nielsen/Snel, o gênero de livro mais vendido, é, sem dúvida, o de não-ficção /especialista que, em 2018 atingiu 31,83% das vendas nacional e, este ano está com 31,68%. O valor do preço médio deste tipo de publicação em 2018 foi de R$ 65,32 e agora em 2019 recuou para R$ 61,44. Um outro destaque do estudo Nielsen/Snel é o nível do desconto médio praticado pelos canais de vendas no período acumulado, que ficou 2,15 pontos percentuais abaixo do mesmo período em 2018.
Os outros números apresentados são esses: O volume em 2018 foi de 2.995.813 livros vendidos; enquanto em 2019 atingiu a 3.024.560. O valor auferido em 2018 foi de R$112.734.747,16 contra R$116.952.831,73. O ISBN foi em 2018 de 132.815, enquanto em 2019 chegou a 130.030. O preço médio dos livros em 2018 foi R$37,63 enquanto em 2019 atingiu R$38,67. Já o desconto médio em 2018 era de 22,17%; e este ano de 2019 foi de 21,61%.
SARAIVA E CULTURA
No final do ano passado, a situação das empresas varejistas de livros no Brasil esteve muito critica. Em 29 de outubro, por exemplo, a Saraiva - maior rede de livrarias do Brasil -, anunciou que estava fechando 20 das 84 lojas no país. O anúncio da Saraiva ocorreu poucos dias após, a Livraria Cultura ter também anunciado que havia pedido ‘recuperação judicial’. Ambas passavam por um mau momento, porque não conseguiam pagar seus fornecedores, agravando, assim, a crise do mercado editorial brasileiro. 
Especializada em livros, jogos, DVD’s e produtos editoriais, a rede não adiantou quais as unidades que seriam fechadas, mas uma delas estava localizada no Shopping Salvador, aqui na capital baiana. Já a Livraria Cultura fechou mais algumas e a Fnac saiu do Brasil. Essas cadeias são muito relevantes na amostragem total do estudo. Além disso, a crise instalada nas editoras fez com que elas deixassem de vender seus livros pelo canal livrarias.
BIENAL HISTÓRICA
No mês de setembro passado, o livro ganhou espaço maior na mídia com a Bienal no Rio de Janeiro que entrou para a História. O  evento ficará marcado na memória das editoras, que faturaram como nunca. Graças à tentativa de censura do prefeito Marcelo Crivella a um ‘gibi’ representando dois homens se beijando. A organização da Bienal chegou a falar em crescimento de 60% nas vendas ante 2017, mas depois voltou atrás, segundo o jornal O Globo.
“A tentativa de censura acabou ajudando na promoção daquilo que se queria censurar. E os beneficiados foram além da “Vingadores: Cruzada das Crianças” — título da Marvel onde aparecia o tal beijo que ofendeu o prefeito —, que teve todos os exemplares vendidos acabou se refletindo também no aumento de público nos estandes e de livros comprados em geral”.
Em entrevista ao site Publishnews o presidente do Snel, Marcos da Veiga Pereira, disse que “os números apresentados pelo painel são bons, mas o período é um dos menores do ano, representando historicamente 6,3% das vendas totais. Os próximos períodos serão muito importantes para o mercado, pois incorporam os meses em que a crise das grandes redes atingiu o seu auge em 2018”, comentou. Em seguida informou: “No acumulado do ano, no entanto, a queda é de 10,26% em volume e 9,53% em valores, em comparação com os dados de 2018. É uma sensível recuperação do cenário, uma vez que nos primeiros três meses de 2019 foram contabilizadas perdas de 22,5% em volume e 21,18% em valores”, finaliza.

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