MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Atmosfera fortemente pessimista atinge Furnas: “O último a sair apaga a luz”


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Charge do Cristiano Gomes (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
Uma atmosfera fortemente pessimista está atingindo os empregados de Furnas diante da decisão da diretoria, que vai demitir não só os 1.041 empregados (número revelado pelo jornal O Globo de sexta-feira, dia 27), porém mais 300 regidos pela CLT, totalizando em torno de 1.300 servidores. A reportagem de Poliana Bretas, Bruno Rosa e Ramona Ordonez focalizou diretamente a questão que está envolvendo a segunda maior estatal do país.
A empresa tem cerca de 4 mil empregados, incluindo os que trabalham nas usinas geradoras e nos sistemas de transmissão de energia elétrica.
AMEAÇAS – A preocupação é geral, sobretudo porque a direção da empresa abriu novo programa de demissão voluntária, que de voluntária só tem o nome. Na realidade trata-se de iniciativa que fornece uma opção: os relacionados na lista de saída ou aceitam a demissão acrescida de incentivos financeiros ou então serão demitidos pela legislação vigente.
As demissões abrangem funcionários de diversos setores da empresa. A direção considera que as demissões podem ser aplicadas a todos os empregados. Isso porque são regidos pela CLT e, portanto, não podem acumular o FGTS com uma estabilidade funcional.
SERVIDORES ANTIGOS – Dessa forma, a relação dos demissionários, em alguns casos, frisou a reportagem, atinge até empregados com 25 anos na empresa.
A demissão voluntária só é vantajosa para aqueles que possuem tempo de serviço para se aposentar. Eles aderem ao PDV, recebem os incentivos e se aposentam pela CLT. No dia seguinte requerem ao fundo de pensão Real Grandeza, a complementação relativa a diferença entre seu salário e o teto do INSS que é de 5,8 mil reais.
Um dos pontos sensíveis da decisão foi divulgado em nota da empresa e publicado na reportagem de O Globo. O texto diz que os que forem desligados poderão ser readmitidos através de terceirizações lícitas com empresas que operam nesse campo.
É ILUSÃO – Entretanto, penso que essa afirmação não convence. Simplesmente porque, se fosse essa a intenção verdadeira, teria sido feita uma escolha separando os que saem e os que saem e voltam novamente.
Na minha opinião, existem duas leis irrevogáveis. A da gravidade e a lei do menor esforço. Afastar empregados para depois readmitir parcela deles não faz sentido.
Só encontra explicação no fato de lançar no ar uma pluma verde de esperança dos que serão afastados daqueles que depois do afastamento poderão voltar. Não faz sentido. Só se for para reduzir o passivo trabalhista das empresas que vão tornar possível a privatização da estatal. O pessimismo assim encontra uma razão de ser que envolve os empregados.
Ma privatização, o custo inicial da operação ficará por conta de Furnas. Uma empresa chinesa por exemplo, a Start Grid poderá se interessar pela empresa.
OUTRO ASSUNTO – O Banco Central divulgou que a dívida pública do país atingiu a escala estratosférica de 5,6 trilhões de reais. Matéria de Renata Vieira, O Globo de terça-feira, focaliza o assunto e revela também que sobre essa dívida incidem juros anuais de 5,5%. Quando o governo divulga suas contas relativas a receita e despesa classifica o resultado como um déficit ou superávit primário. Mas o mais importante é o resultado do déficit acrescido dos juros da dívida. Portanto, o importante é calcular-se sempre o resultado secundário. O primário tem importância muito menor.

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