Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, rebateu
nesta terça-feira (2) as declarações da porta-voz do governo francês,
Sibeth Ndiaye, que disse que seu país não está preparado, no momento,
para ratificar o acordo comercial assinado entre a União Europeia e o
Mercosul. “Esse tipo de declaração visa muito ao público interno, não
acho que é muito o caso de reagir diretamente a ela”, disse Araújo,
durante coletiva de imprensa convocada para comentar o tratado de livre
comércio negociado com os europeus. O chanceler ressaltou que o texto
acordado com a União Europeia deverá passar ainda por um processo de
revisão técnica e que o trâmite de ratificação ainda levará tempo. “Cabe
muito à Comissão Europeia esclarecer aos seus países o que está dentro
do acordo”, pontuou Araújo, que argumentou que os interesses tanto dos
integrantes da UE quanto dos do Mercosul foram contemplados. “A Comissão
Europeia mantém consultas permanentes aos estados-membros. Nada do que
está no acordo, a meu ver, é uma surpresa para os estados-membros”,
acrescentou. A França é um dos países europeus onde há mais resistência
ao acordo de livre comércio entre a UE e o bloco sul-americano. O setor
agrícola francês teme, por exemplo, ser afetado pela entrada de produtos
agropecuários provenientes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Na
França, críticos ao acordo ressaltam que há regras ambientais cada vez
mais rígidas na União Europeia, enquanto que no Mercosul as normas
regulatórias para esses temas são menos exigentes. Nesta sexta-feira,
Araújo também respondeu a essas críticas. “O acordo tem uma série de
instrumentos que são do interesse dos dois lados, de respeito a padrões
ambientais e a normas sanitárias e fitossanitárias. Geralmente esse tema
se coloca só como de interesse europeu, mas também é nosso. Muitos
países europeus têm um uso de agrotóxico por hectare maior do que no
Brasil”, justificou.
Folhapress
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