Qualquer que seja o vencedor, enfrentará tarefa dupla: fazer com que as
coisas funcionem, o que já é trabalho suficiente; e enfrentar a
oposição. Coluna dominical de Carlos Brickmann:
Alívio geral: aquela avalanche de mensagens em favor do Coiso e do
Poste cessa hoje. Mas não fiquem felizes: em dois dias, no máximo, vem a
choradeira do perdedor. E, em 1º de janeiro, encerrada a fase da
choradeira, começa a tarefa de botar nosso país em ordem. Como está não
pode ficar.
Qualquer que seja o vencedor, enfrentará tarefa dupla: fazer com que
as coisas funcionem, o que já é trabalho suficiente; e enfrentar a
oposição. Quase metade dos eleitores estará na oposição. Por mais que
pareça surpreendente, tanto os seguidores do Coiso como do Poste os
adotaram como ídolos. Não é preferência eleitoral, é paixão pelos
candidatos. A dor de cotovelo pela derrota vira oposição sistemática.
Soy contra, e pronto.
Formar o Governo não é problema: há o Centrão para oferecer seus
gentis préstimos à governabilidade. Mas qualquer proposta irá sofrer com
a torrente de paixão que tomou conta do Brasil. Imagine um eleitor do
Poste aceitar uma decisão do Coiso, ou vice-versa! E nenhum dos
candidatos tem o perfil conciliador que ajudaria a normalizar as
relações do Governo com a oposição. Ambos até podem dizer que seu
objetivo é a paz, mas não dá: o Coiso, quando se distrai, o que menos
mostra é vontade de conciliar. E o Poste, além de buscar instruções em
Curitiba com seu chefe ressentido, já foi capaz de defender em livro o
trabalho escravo, desde que promovido por países socialistas. Ideologia
pura. E guerra ao adversário o tempo todo.
Coisa estranha
Quem pode explicar as incursões policiais em universidades para tirar
faixas com as quais todos concordamos? Evitar que universidades
públicas façam propaganda de um candidato, OK; mas repúdio ao fascismo
tem algo a ver com as eleições?
A campanha petista acusa Bolsonaro de ser fascista, mas as faixas nas
universidades não atacavam o candidato. Outra coisa estranha: andaram
tomando depoimento de professores nas próprias universidades, sem
intimação, sem advogados. Por que? Com que objetivo?
Votos dos postistas
As redes de Haddad passam informações sobre candidatos que recebem
seu apoio informal nas disputas estaduais. Alguns dele, segundo o
colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder(www.diariodopoder.com.br): Márcio França (SP), Antonio Anastasia (Minas), Rodrigo Rollemberg (DF), Belivaldo Chagas (SE) e Eduardo Paes (Rio).
Candidato mais lido
A Taboola, maior plataforma mundial de descoberta de conteúdo, apurou
que Bolsonaro tem mais leituras on-line do que Fernando Haddad. A
diferença em favor de Bolsonaro é de 20 milhões de leituras on-line da
data do primeiro turno até hoje. Bolsonaro também ganha no tempo que
seus adeptos dedicam à leitura. Foram 66,2 milhões de eleitores, que
leram sobre ele durante 2,09 milhões de horas. Haddad teve 41,7 milhões
de leitores on-line, que dedicaram 1,5 milhão de horas de leitura a ele.
Traficantes em casa
A decisão é do ministro Ricardo Lewandowski: concedeu prisão
domiciliar a 14.750 mulheres traficantes, grávidas ou mães de crianças
até 12 anos. A decisão atinge também as mulheres condenadas em segunda
instância. Ao julgar o caso de uma mulher condenada em segunda instância
por tráfico, Lewandowski resolveu estender a decisão a todas as
traficantes na mesma situação.
O sinal está dado: traficantes, engravidem!
Seguro-saúde enquadrado
O Superior Tribunal de Justiça ordenou que uma operadora de planos de
saúde ofereça imediatamente o home care (cuidados em casa) a uma
segurada de 81 anos que sofre do Mal de Parkinson. A decisão foi tomada
no dia 23, e se estende a todos os pacientes cujos médicos determinem o
home care. De acordo com o STJ, não cabe ao Judiciário dizer qual o
tratamento adequado para o paciente quando há indicação expressa de
home-care.
“Afastar a obrigação do plano de saúde em fornecer a internação
domiciliar para beneficiária idosa e enferma implica tornar inútil o
plano de saúde, contratado na expectativa de ser devidamente atendido no
tratamento de sua saúde”, disse a ministra Nancy Andrighi. No caso, a
senhora a quem o plano de saúde negava o home care era segurada há 34
anos, e a necessidade do serviço era comprovada por laudo médico.
Mulheres à frente
O setor mais dinâmico da economia brasileira, o agronegócio, é cada
vez mais feminino. Mais de 1.500 pessoas estiveram no 3º Congresso
Nacional de Mulheres do Agronegócio, realizado nesta semana em São
Paulo. Cargos-chave no setor são ocupados por mulheres: deputada Tereza
Cristina, presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, Beth Cirne
Lima, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon. E 60%
das mulheres do agronegócio têm curso superior.
Vale prestar atenção.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário