JORNAL A REGIÃO
Além do ex Jaques Wagner, o governador Rui Costa (PT) também é investigado na Operação Cartão Vermelho, que apura o superfaturamento de 450 milhões na reforma da Arena Fonte Nova, com pagamento de propinas.
A Polícia Federal afirma que parte da propina a Wagner foi paga através de doações para a campanha de Rui Costa, registradas na Justiça Eleitoral porém vinda da verba desviada.
A investigação indica que o Grupo Petrópolis, da cerveja Itaipava, doou R$ 3,5 milhões, a pedido da Odebrecht, para o candidato do PT; e que o dinheiro desviado pode ter sido usado nas outras campanhas do PT e partidos aliados em 2014.
O Grupo Petrópolis é parceiro da Fonte Nova Participações (FNP), consórcio da Odebrect e da OAS que ganhou a licitação. A Itaipaiva tem exclusividade na venda de bebidas e batizou a Arena com sua marca.
A investigação é sobre a campanha de Rui, mas não sobre ele em si. Para a PF, a distribuição da propina foi definida por Wagner, que vem sendo investigado desde 2013, segundo o superintendente regional da PF na Bahia, Daniel Justo Madruga.
Vários ex-secretários da gestão de Wagner foram interrogados e a investigação chegou à campanha de Rui em 2014, depois da delação premiada de Marcelo Odebrecht. Ele fez a doação à campanha de Rui em troca de eliminar pendências relacionadas à sua empresa.
O acordo envolveu a quitação de um débito da Cerb e um aditivo de R$ 90 milhões sobre a reforma da Arena, segundo Marcelo Odebrecht. Outros investigados pela PF são o chefe da Casa Civil de Rui, Bruno Dauster, e o empresário imobiliário Carlos Daltro, amigo de Wagner.
Carlos Eduardo Nascimento Daltro, empresário do ramo imobiliário, é amigo do ex-governador Jaques Wagner desde os tempos em que ele atuava no sindicato do Pólo Petroquímico de Camaçari.
Segundo o ex-executivo da Odebrecht Hilberto Silva, foi Daltro quem viabilizou o pagamento de R$ 500 mil a Wagner em Salvador, metade do R$ 1 milhão que teve os outros R$ 500 mil entregues na casa da mãe do petista, no Rio de Janeiro.
A bancada de oposição na Assembleia está articulando uma CPI para apurar as irregularidades na Fonte Nova. Ela precisa de21 assinaturas, mas Rui Costa tem uma maioria esmagadora na casa.
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