MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 30 de março de 2018

Ao atacar Lula, Bolsonaro joga em busca do segundo turno nas urnas deste ano


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Jair Bolsonaro não acredita no atentado a Lula
Pedro do Coutto
Todos os pré-candidatos a presidente da República – menos Jair Bolsonaro – condenaram com razão, vigor e rigor os ataques feitos à caravana eleitoral do ex-presidente Lula, no sul do país, especialmente no Paraná. O episódio do Paraná, a meu ver, marca um divisor de águas, na medida em que de acordo com as pesquisas até hoje divulgadas do Ibope e Datafolha, colocando de um lado a aprovação de Lula e de outro a desaprovação, acredito que hoje a desaprovação seja maior que a aprovação, mas em termos de voto o petista, se pudesse ser candidato, certamente estaria no segundo turno.
É esse segundo turno que Jair Bolsonaro almeja atingir. Por isso fez coro às manifestações hostis a Lula da Silva, visando deixar bem clara, de maneira absoluta, sua posição radicalmente contrária à posição do ex-presidente.
ANTILULA – Bolsonaro, assim agindo, caracteriza-se como o antiLula por excelência e, dessa forma, objetiva reunir em torno de si a parte do eleitorado que está rejeitando a presença de Lula na sucessão presidencial deste ano. A jogada de Bolsonaro inspira-se na seguinte questão: todos os seus adversários procuram de alguma forma se beneficiar da onda lulista, dando como certa sua inelegibilidade.
As reações às hostilidades no Paraná foram amplamente destacadas pelo repórter Demetrius Dantas, edição desta quinta-feira de O Globo. Mas também a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e o Valor focalizaram com chamadas na primeira página. A Folha de São Paulo, por exemplo, afirmou em manchete principal que diante das manifestações contrárias que recebeu, Lula encerrou a caravana que pretendia realizar em todas as regiões do país. Vamos ver se esse recuo se confirma. Mas esta é outra questão.
INELEGÍVEL OU NÃO – O essencial é definir, atribuição que cabe ao TSE se a condenação que sofreu em segunda instância o torna inelegível ou não. É mais provável que sim e, com base em tal suposição, pré-candidatos tentam se habilitar como herdeiros do voto que levou o PT ao poder desde 2002,antes da queda de Dilma Rousseff em 2016. Foram quatro vitórias seguidas nas urnas, é bem verdade que em aliança e apoio do PMDB. O MDB agora está com Temer. O atual presidente da República anunciou que pretende ser candidato à própria sucessão, tendo Henrique Meirelles como seu vice.
Mas como os rumos da política mudam a todo instante, como as nuvens no espaço, é possível que os episódios de ontem que culminaram com as prisões de José Yunes e João Batista de Lima, além de outros, acarrete uma mudança de posição do próprio Michel Temer, com efeito em torno de Henrique Meirelles. Isso porque, se a impopularidade de Temer já era altíssima, após as denúncias frontais contra Yunes e Batista de Lima tornar-se-á mais alta ainda. Impossível matematicamente ultrapassar 100%. Mas pode projetar-se na escala fatal de 97%.
Nesse panorama, Michel Temer só tem um caminho: renunciar à sua candidatura a mais quatro anos no Planalto.
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