MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Datafolha fotografa Lula sozinho no espaço vazio da política brasileira


Charge do Simanca (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
A pesquisa do Datafolha publicada neste domingo na Folha de São Paulo, reportagem de Ricardo Baltazar, aponta um favoritismo  bastante acentuado do ex-presidente Lula na sucessão de 2018, sejam quais forem seus adversários tanto no primeiro quanto no segundo turno. Lula alcança 36% contra 16% de Jair Bolsonaro e 14% de Marina Silva.
Nessa ordem assinalam praticamente todas as opções projetadas no quadro sucessório do futuro próximo. Uma coincidência: Geraldo Alckmin e João Dória, nos dois casos alternativos surgem com o mesmo percentual de 8 pontos. Os cenários não se alteram e neles se verifica uma ausência completa de qualquer nome do PMDB.
OUTROS CANDIDATOS – Relativamente à hipótese de Henrique Meirelles vir a ser o candidato do PSD, ele teria apenas 2% das intenções de voto. Com este percentual não daria nem para saída. Estaria atrás até de Ciro Gomes que reune 10% em torno de sua candidatura. A pesquisa projeta também cenários sem a presença de Lula.
Em tal hipótese Marina Silva lidera com 23% seguida de Bolsonaro com 18%. Admitindo-se a hipótese de Luiz Inácio da Silva não vir a ser candidato, se condenado na segunda instância judicial, o PT quase desaparece. Na hipótese de o Partido dos Trabalhadores entrar em cena com Fernando Haddad, o ex-prefeito da cidade de São Paulo ficaria somente com 3 pontos. Só venceria Henrique Meirelles, pois o ministro da Fazenda do Governo Temer, com ou sem Lula na disputa, não se eleva além do segundo andar. Nenhum candidato pode se tornar viável se na prévia registra apenas 3 ou 2 pontos em matéria de reflexo eleitoral.
VAZIO POLÍTICO – Percebe-se na pesquisa do Datafolha, de outro lado, uma rejeição muito forte a Lula, da ordem de 42%. Seguido de uma rejeição a Bolsonaro na escala de 33 pontos. Portanto, percebe-se que Lula e Bolsonaro estão na frente, tanto nas intenções de voto quanto na rejeição a seus nomes. O que significa isso? O vazio do quadro político brasileiro.
O eleitorado não foi capaz de se fixar em qualquer outra candidatura possível. O deserto de opiniões traduz em si um desencanto generalizado com a política e, sobretudo, com os políticos do país. As imagens da fortuna de Gedel Vieira Lima são responsáveis pelo desgaste absoluto do governo Michel Temer e de qualquer saída através do voto, a não ser por intermédio de Lula e Bolsonaro.
Lula sobrevive apesar da condenação que sofreu e dos diversos processos que desabam sobre ele. Bolsonaro representa, de fato, a extrema direita do pensamento político do país. Algo parecido com o que ocorreu nas urnas alemães de 24 de setembro. Os números do Datafolha falam por si. Os candidatos em potencial não estão conseguindo falar pelos eleitores.
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DÍVIDA INTERNA ATINGE 4,7 TRILHÕES DE REAIS

Reportagem de FabrÍcio de Castro e Lorena Rodrigues, em O Estado de São Paulo de domingo, revela que a dívida interna brasileira atingiu no final de agosto a escala de 4,7 trilhões de reais. O total representa praticamente 73% do Produto Interno Bruto. Assim o PIB totaliza atualmente algo em torno de 6 trilhões de reais. Um dado, extremamente crítico, destacado por Fabrício e Lorena: no final de 2013 a dívida interna representava 51% do produto brasileiro.
O avanço percentual é a melhor prova de que a renda nacional concentrou-se ainda mais nos últimos quatro anos. Não há outra explicação. Por isso é difícil acreditar nos números apresentados pelo IBGE, neste ano em que procuram acentuar um crescimento na renda média dos brasileiros. Isso pode acontecer na teoria. Mas na prática, como dizia o senador Benedito Valadares, a teoria muda de face.
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