Paulo
Roberto Campos
Nem os organizadores nem a Polícia Militar de São Paulo divulgaram o número de participantes. Embora com cifras menores, manifestações análogas ocorreram em várias outras cidades.
Assim,
no recente protesto, houve manifestações pulverizadas a respeito de uma série de
questões: contra a corrupção generalizada; em defesa da operação Lava-jato; pela
abolição do “Estatuto do Desarmamento”; pela rejeição às leis que permitem o
aborto; pelo fim do “foro privilegiado” e da impunidade ao “caixa 2”; contra a
“Lei de imigração”; pelo retorno da Monarquia; pelo NÃO à anistia aos políticos
corruptos; pelo NÃO à proposta de “lista fechada” de partidos nas eleições
etc.
Entretanto, equivoca-se quem diagnosticar que esses
fatores e o comparecimento inferior indicam um arrefecimento da reação da
opinião pública em face da situação atual do País. O descontentamento é enorme,
mas o que levou os brasileiros a saírem em número menor às ruas para protestar
nesse último domingo foi a ausência no panorama nacional de lideranças
autenticamente conservadoras capazes de fazerem frente à esquerdização do
País.
Nota-se
que a população começa a perceber que a causa da crise que atravessamos não é
apenas de caráter político e econômico, mas de caráter moral. Em qualquer caso,
nota-se também que continua firme na maior parte do público a resolução, muito
difundida nas manifestações, de defender “Nossa bandeira verde e amarela,
sem foice e martelo”. Cores que a maioria dos participantes usava como
símbolo de uma reação antipetista.
Com
propostas mais definidas, jovens do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
participaram da manifestação na Avenida Paulista, quando distribuíram ao público
o comunicado abaixo.
QUERO
MEU BRASIL DE VOLTA!
Dez
reivindicações por uma Nação autêntica, cristã e
forte
Em 2017, voltamos às ruas bradando “quero meu Brasil de volta!”, não só para que os entulhos bolivarianos sejam removidos, mas sobretudo para que se assegurem à Nação direitos naturais, resultantes da própria boa ordem posta por Deus na Criação. Direitos esses que não são uma concessão do Estado, sobre os quais ele pode legislar a seu bel-prazer, mas antes lhe incumbe respeitá-los e defendê-los. A atuação do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira não tem qualquer intuito político-partidário. Não propomos como solução nem pessoas, nem partidos, nem panaceias políticas. Interpretando os sentimentos mais profundos dos brasileiros, reivindicamos:
1 - Respeito à vida desde a concepção até a morte natural, e
não à descriminalização do aborto.
2 - Respeito à família como foi constituída por Deus, isto
é, pelo casamento de um homem e uma mulher, como está estabelecido em nossa
Constituição.
3 - Respeito ao mais inalienável direito dos pais, que é a
educação dos próprios filhos, e a rejeição da “Ideologia de
Gênero”.
4 - Respeito à livre iniciativa, pois tendo sido o homem
criado à imagem e semelhança de Deus, é livre e inteligente. A não observância
desse direito inibe a capacidade criativa de um povo.
5 - Respeito ao direito à propriedade privada, garantia da liberdade, e fim das
invasões rurais ou urbanas.
6 - Respeito ao direito natural de legítima defesa e abolição das restrições à
posse e ao porte legal de armas, como foi manifestado por 64% dos brasileiros
quando do referendo que visava nos impor o desarmamento.
7 - Levar adiante — prudente e implacavelmente — o combate à
corrupção que vem saqueando a Nação nos últimos tempos.
8 - Redução do tamanho do Estado às reais necessidades da Nação e consequente
redução do insuportável fardo tributário que pesa sobre os
brasileiros.
9 - Radical simplificação da atual legislação trabalhista, fonte de tanta
desarmonia entre patrões e empregados.
10 - Valorização das Forças Armadas e Policiais militares e
civis como guardiãs da Nação. No seu prestígio e na sua eficiência repousam a
paz social e a segurança interna e externa de nossa Pátria.
Que
Deus inspire as nossas autoridades executivas, legislativas e judiciárias a
respeitar as autênticas aspirações oriundas de nossa formação profundamente
cristã, para que o Brasil retome as vias de um progresso autêntico e venha a ser
aquela Nação com a qual todos nós sonhamos...
E assim, com as bênçãos de Nossa Senhora Aparecida, o Brasil volte a brilhar no
concerto das Nações. “Procurai o Reino de Deus e sua justiça e o resto virá
por acréscimo”, assegurou-nos o Divino Redentor.
(*)
Paulo Roberto Campos é jornalista e colaborador da Abim
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quarta-feira, 29 de março de 2017
“Nossa bandeira verde e amarela, sem foice e martelo”
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