De liberal, o
ex-presidente FHC nunca teve nada. Até duvido que tenha lido algum
clássico liberal, como quase toda a sua geração de universidade, formada
nas teses marxistas. A propósito, segue post de Rodrigo da Silva
(editor do Spotniks) no Facebook:
FHC...
Já foi editor da revista “Fundamentos”, do Partido Comunista Brasileiro.
Já teve Lula como principal cabo eleitoral, em 1978, fazendo campanha lado a lado com ele em porta de fábrica.
Já assumiu publicamente ser marxista, mesmo depois de eleito presidente da República.
Já lutou contra o impeachment de Lula em 2005.
Já lutou contra o impeachment de Dilma em 2015.
Já defendeu as políticas econômicas do PT.
Já lançou José Serra candidato à presidência.
Já disse que não gostaria de ver a prisão de Lula.
Já se assumiu como um homem de esquerda, justificando que a direita só produz "injustiças, miséria e violência".
Já tentou brecar a ascensão de Doria, um político mais liberal, dentro do seu próprio partido.
E agora diz que o filme que retrata o liberal Gustavo Franco como protagonista do Plano Real é só uma "obra de ficção".
Você pode dizer que
FHC transitou ao longo da vida entre o extremismo e a moderação. Pode
apostar que a sua vaidade lhe fez navegar por diferentes mares para ser
aceito. Pode até supor que o seu narcisismo lhe forçou a adotar decisões
mais ponderadas na vida pública, tornando-o menos refém dos seus
próprios credos. Só não pode negar o quanto a sua identidade política é
cristalina.
FHC é um dos
principais representantes da esquerda brasileira. Não dessa esquerda
troglodita que engole barba no almoço, é verdade - imatura, fascistóide,
ignorante, que nunca leu sequer O Capital, quem dirá Florestan
Fernandes - e que é tão limitada que é capaz de jurar, vejam só, que o
tucano é um representante do liberalismo (provavelmente porque a única
vez em que encarou o assunto na vida foi analisando uma imagem em preto e
branco do Adam Smith no livro de história do segundo grau). Também não é
dessa esquerda que compartilha meme da Frida Kahlo, lê poesia avulsa do
Pablo Neruda e toma três aulas de francês para fingir uma
intelectualidade que não possui.
FHC é da esquerda que
soube superar a viuvez da queda do Muro de Berlim - e exatamente por
isso é mais adaptável às novas circunstâncias que os demais. Sua grande
diferença com Lula, ao menos no que diz respeito ao campo político,
versa muito mais sobre estilo do que ideias. E você não precisa de nada
além de um bom livro de história para chegar a essa conclusão.
Toda vez que alguém diz que FHC é um "neoliberal", um panda comunista morre em frente à Praça da Paz Celestial.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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