Os
cantores Xand e Solange Almeida, vocalistas da banda Aviões do Forró,
prestam depoimento na sede da Polícia Federal na manhã desta terça-feira
(18). Eles foram levados para prestar esclarecimentos, segundo
confirmou a PF, em coletiva. A Polícia Federal, em ação conjunta com a
Receita Federal, deflagrou a operação "For All", contra fraudes no
Imposto de Renda cometidas por um grupo empresarial atuante no ramo do
entretenimento e responsável por famosas bandas de forró e casas de show
no Ceará. Estimativa preliminar já identificou uma omissão de receitas
de mais de R$ 300 milhões, segundo a Receita.
Em
nota, a Banda Aviões do Forró informou "que está à disposição da
Polícia Federal e da Justiça e que colaborará com todos os
questionamentos em relação à operação".
Estão
sendo cumpridos 76 mandados judiciais, sendo 32 de condução coercitiva
(quando a pessoa é levada a depor e depois é liberada) e 44 de busca e
apreensão em Fortaleza, Russas (CE) e Sousa (PB). Há apenas um mandado
sendo cumprido na Paraíba; os demais são no Ceará. Não houve prisões. Os
mandados estão sendo cumpridos por cerca de 260 policiais federais e 35
auditores.
Entre
as pessoas levadas à sede da Polícia Federal, em Fortaleza, para
prestar depoimento estão os empresários Isaías Duarte e Carlos
Aristides, do grupo A3 Entretenimento. O G1 tentou contato com a A3,
empresa investigada na operação, e foi informado que ninguém comentaria o
assunto.
A Justiça Federal também decretou o bloqueio de imóveis e a apreensão de veículos pertencentes a pessoas ligadas ao grupo.
Há
indícios de que os integrantes da organização forneciam dados falsos ou
omitiam dados nas suas declarações de Imposto de Renda pessoa física e
jurídica, para eximir-se da cobrança de tributos.
O
grupo ainda adquiria bens, como veículos e imóveis, sem declarar ao
Fisco. Foram encontradas divergências sobre valores pagos a título de
distribuição de lucros e dividendos, movimentações bancárias
incompatíveis com os rendimentos declarados, pagamentos elevados em
espécie, além das diversas variações patrimoniais a descoberto.
No decorrer da investigação, foram identificados indícios de lavagem de capitais, falsidade ideológica e associação criminosa.
"As
medidas judiciais cumpridas hoje pela Polícia Federal têm por
finalidade buscar a responsabilização das pessoas físicas e jurídicas
ligadas ao grupo empresarial e possibilitar que Receita Federal se
municie de elementos suficientes permitindo uma real avaliação dos
possíveis tributos sonegados", informou a PF.
A
Receita Federal divulgou que as investigações inciaram em 2012 e foram
aprofundadas a partir de 2014, com a parceria da Polícia Federal e do
Ministério Público. (G1)
VERDINHO DE ITABUNA
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