Antonio Rocha
Traição é um dos temas mais palpitantes da vida. Antes o assunto era abordado nos romances, filmes, telenovelas, hoje está nas colunas sociais, fofocas e também nas crônicas políticas, econômicas e afins. Certa feita um docente da Igreja Presbiteriana falou do púlpito, em um culto dominical, mais ou menos assim: “A Cristandade tem um começo esquisito, quando o Espírito Santo fecunda a Virgem Maria e José, o noivo, adota o menino Jesus”. (escrevo com todo o respeito teológico e acadêmico aos que discordam).
A polêmica nos faz lembrar do ótimo livro “Amar Trair”, de Aldo Carotenuto, publicado pela editora católica Paulus, 1997, 256 páginas. A obra tem como subtítulo: “Quase uma apologia da traição”.
A traição pode ser de várias formas: afetiva, econômica, ideológica, social, individual, coletiva, política, partidária, sindical, histórica, platônica, profissional, religiosa, jornalística, literária, pode ser traição só com os olhos, traição só no pensamento, hoje a web proporciona a traição virtual etc.
VIVER É TRAIR? – Parece que, viver é trair, estamos sempre traindo e sendo traídos. A traição pode ser total ou parcial, em todas as áreas acima citadas, e nas que não foram citadas também, mediante a interpretação de cada um.
Nunca antes no Brasil, se falou tanto em traição parlamentar, eleitoral, programática, pragmática etc.
Muitos afirmam que Jesus foi traído por Judas, mas há quem declare que o traído foi Judas, que esperava de Cristo, uma atitude mais politizada de enfrentamento contra o Império Romano, logo… pontos de vista, cada um tem o seu.
O autor, Aldo Carotenuto é psicólogo e um dos maiores estudiosos, em nível internacional, do pensamento de Carl Gustav Jung. É professor da Universidade de Roma, autor de 20 livros traduzidos para vários idiomas. É presidente da Associação Italiana de Psicologia e Literatura, membro da Associação Americana de Psicologia, USA.
CARÊNCIAS HUMANAS – Um livro instigante. Através desse estudo ficamos sabendo que trair pode ser um pedido de socorro, de ajuda, em função das carências múltiplas (ver o terceiro parágrafo, o que foi escrito sobre a traição pode ser dito sobre as carências) que todo ser humano tem.
“Nascemos traídos e com a necessidade de trair para crescermos: é uma lei cármica (…) é esse o significado profundo que o mito hebraico da expulsão do Paraíso terrestre representa simbolicamente (…). Porque a traição é essencialmente “passagem” – é esse seu significado etimológico – “entrega” a outrem (…) é necessária essa “passagem” pela morte, esse reconhecimento do limite, da finitude, esse saber-se traidor e traído”. – diz o autor, na páginas 8 e 9.
E a capa do livro traz a seguinte citação: “A traição repugna a nossa consciência de “puros”, mas, afirma o autor, ela é uma experiência inelutável. (…) Todo indivíduo está sob o imperativo, inscrito na dinâmica evolutiva da psique, de emancipar-se de tudo o que o mantém fiel a uma imagem de si que não lhe corresponde, mas corresponde às exigências do ambiente social ou ao desejo de seus interlocutores”.
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Traição é um dos temas mais palpitantes da vida. Antes o assunto era abordado nos romances, filmes, telenovelas, hoje está nas colunas sociais, fofocas e também nas crônicas políticas, econômicas e afins. Certa feita um docente da Igreja Presbiteriana falou do púlpito, em um culto dominical, mais ou menos assim: “A Cristandade tem um começo esquisito, quando o Espírito Santo fecunda a Virgem Maria e José, o noivo, adota o menino Jesus”. (escrevo com todo o respeito teológico e acadêmico aos que discordam).
A polêmica nos faz lembrar do ótimo livro “Amar Trair”, de Aldo Carotenuto, publicado pela editora católica Paulus, 1997, 256 páginas. A obra tem como subtítulo: “Quase uma apologia da traição”.
A traição pode ser de várias formas: afetiva, econômica, ideológica, social, individual, coletiva, política, partidária, sindical, histórica, platônica, profissional, religiosa, jornalística, literária, pode ser traição só com os olhos, traição só no pensamento, hoje a web proporciona a traição virtual etc.
VIVER É TRAIR? – Parece que, viver é trair, estamos sempre traindo e sendo traídos. A traição pode ser total ou parcial, em todas as áreas acima citadas, e nas que não foram citadas também, mediante a interpretação de cada um.
Nunca antes no Brasil, se falou tanto em traição parlamentar, eleitoral, programática, pragmática etc.
Muitos afirmam que Jesus foi traído por Judas, mas há quem declare que o traído foi Judas, que esperava de Cristo, uma atitude mais politizada de enfrentamento contra o Império Romano, logo… pontos de vista, cada um tem o seu.
O autor, Aldo Carotenuto é psicólogo e um dos maiores estudiosos, em nível internacional, do pensamento de Carl Gustav Jung. É professor da Universidade de Roma, autor de 20 livros traduzidos para vários idiomas. É presidente da Associação Italiana de Psicologia e Literatura, membro da Associação Americana de Psicologia, USA.
CARÊNCIAS HUMANAS – Um livro instigante. Através desse estudo ficamos sabendo que trair pode ser um pedido de socorro, de ajuda, em função das carências múltiplas (ver o terceiro parágrafo, o que foi escrito sobre a traição pode ser dito sobre as carências) que todo ser humano tem.
“Nascemos traídos e com a necessidade de trair para crescermos: é uma lei cármica (…) é esse o significado profundo que o mito hebraico da expulsão do Paraíso terrestre representa simbolicamente (…). Porque a traição é essencialmente “passagem” – é esse seu significado etimológico – “entrega” a outrem (…) é necessária essa “passagem” pela morte, esse reconhecimento do limite, da finitude, esse saber-se traidor e traído”. – diz o autor, na páginas 8 e 9.
E a capa do livro traz a seguinte citação: “A traição repugna a nossa consciência de “puros”, mas, afirma o autor, ela é uma experiência inelutável. (…) Todo indivíduo está sob o imperativo, inscrito na dinâmica evolutiva da psique, de emancipar-se de tudo o que o mantém fiel a uma imagem de si que não lhe corresponde, mas corresponde às exigências do ambiente social ou ao desejo de seus interlocutores”.
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