MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 27 de agosto de 2016

Contador de história leva carinho a pacientes de hospital


Lidenilson Marinho
A TARDE
  • Joá Souza | Ag. A TARDE
    Mesmo no leito, a pequena Sophia consegue se divertir com as fábulas contadas pela tia Selma - Foto: Joá Souza | Ag. A TARDE
    Mesmo no leito, a pequena Sophia consegue se divertir com as fábulas contadas pela tia Selma
Durante a semana, a aposentada Selma Guilera, 54 anos, e o analista de sistemas Washington Alves, 60, tiram algumas horas do dia para visitar as UTIs e as enfermarias oncológicas da ala pediátrica do Hospital Santa Izabel, em Nazaré.
Os dois são contadores de histórias e fazem parte de um grupo de 200 voluntários da Santa Casa da Bahia que dedicam tempo e talento para causas de interesse social e comunitário.
Movidos pela vontade de amenizar o sofrimento dos pacientes por meio das palavras, os amigos levam pelos corredores da unidade livros de fábulas e contos clássicos da literatura infantil.
Para reconhecer o trabalho de pessoas que assim como eles oferecem serviços aos mais necessitados, sem cobrar nada em troca, é comemorado neste domingo, 28, o Dia Nacional do Voluntariado. "Eu sempre me senti na obrigação de retribuir à vida pela infância tranquila que tive. Meus encontros com as crianças são um processo de troca em que eu recebo mais do que doo. Todo mundo tem alguma coisa que goste e que pode compartilhar", diz Selma Guilera.
Com dificuldade, por causa dos aparelhos, a pequena Sophia, de 3 anos, se levanta do leito para escutar os contos narrados pela "tia Selma", como a aposentada é carinhosamente chamada pelos pacientes.

"É gratificante ver sua filha sorrindo em meio a todos esses procedimentos médicos e a esse ambiente hospitalar", diz Tamires Pedreira, 25, mãe da garota, que semanalmente se desloca de Jequié, a 365 km de Salvador, para acompanhar a rotina da filha no tratamento contra a leucemia.

"Criamos um laço e acabamos levando as histórias de vida dos pacientes para os nossos lares. Devemos estar preparados para enfrentar a morte porque quando uma criança se vai, uma outra chega", acrescenta Alves. A instituição possui 14 contadores de histórias que, desde o começo do ano, impactaram, de alguma forma, a vida de 688 crianças atendidas pela pediatria do hospital.

Curso

Todos os voluntários da Santa Casa da Bahia, que gere o hospital, precisam passar por um curso ministrado pela coordenação de voluntariado da instituição, que começa com uma formação básica, seguida de uma específica, de acordo com a área em que o voluntário quer atuar. Ao total, a formação dura cerca de três meses, e aqueles que atuam em ambientes hospitalares têm a capacitação voltada para a prevenção de infecções, além de receber acompanhamento psicológico.

Biblioteca tem grupo que lê livros para deficientes

Fora do mercado de trabalho e com os filhos crescidos, a professora Augusta Bastos, 56, procurava uma forma de ocupar o tempo ocioso. Após ler uma matéria sobre ledores para deficientes visuais no jornal A TARDE, ela passou  a integrar o Grupo de Voluntários Copistas e Ledores (GVCLC)  que atua no setor braille da Biblioteca Pública do Estado, nos Barris, há cerca 45 anos.

Foi lendo livros de história para usuários do setor que a professora de sociologia deu início à segunda graduação. "Como voluntária que descobri meu amor pela história. Nessa troca diária de conhecimento, muitos usuários concluíram graduações, iniciaram mestrados e passaram em concursos públicos", recorda.

"É um trabalho fundamental para nós, deficientes visuais. Antes dos recursos tecnológicos, só tínhamos  acesso ao conhecimento pela boa vontade desses voluntários. Eles disponibilizam parte do tempo para ler os livros que estão inacessíveis para nós", pontua Antônio Andrade, presidente da GVCLC.

Atualmente, 72 pessoas participam da iniciativa, realizada por meio de plantões diários que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h.

Os voluntários realizam gravações de audiolivros, copiam e transcrevem obras e auxiliam no  ensino da leitura e escrita em braile. Para fazer parte da ação, o  candidato realiza um teste de leitura e dicção, fatores importantes para o processo de aprendizagem dos deficientes visuais.

Com a proposta de estimular a visão empreendedora de crianças e adolescentes  capital baiana, voluntários da empresa A JR. Achievement, realizam palestras de educação empreendedora com foco em economia e negócios para alunos de escolas públicas e privadas.
"São empresários e executivos que se engajam na causa e dedicam seu tempo ao empreendedorismo. Os  interessados em atuar de forma voluntária deve se cadastrar em nosso  site. Após um período, contatamos a pessoa, que passa por um treinamento para atuação", explica o presidente da empresa Ricardo Paolilo.

Após os cadastro no site www.jabrasil.org.br, os interessados passam por um treinamento onde aprendem quatro metodologias: educação financeira, educação para a sustentabilidade, para o mercado de trabalho e empreendedorismo.

Segundo estudo mais recente realizado pelo Instituto Datafolha, em dezembro de 2014, cerca de 16,4 milhões de pessoas no Brasil, realizam atividades voluntárias.

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