Todo fim de mandato, a história é a mesma: os vereadores aprovam leis
reajustando os salários para a legislatura que se inicia em 1º de
janeiro do ano seguinte. Mas muitos parlamentares que ocuparão as mais
de 57 mil cadeiras em todo o país a partir de 2017 farão parte de um
enredo diferente. Em vez de ter um contracheque maior que os colegas,
muitos serão obrigados a conviver com menos dinheiro no bolso. Seja por
pressão da população, campanhas em redes sociais ou crise econômica,
pipocam nas câmaras municipais leis reduzindo os salários a partir do
ano que vem. Em Minas Gerais, já são vários os casos de corte salarial.
Os nove vereadores de Monte Sião, no Sul do estado, tomarão posse em
janeiro com uma redução salarial de 30% – passando dos atuais R$
3.975,61 para R$ 2.783,14. E o valor poderia ser ainda menor, caso os
parlamentares tivessem acatado abaixo-assinado com mais de 900
assinaturas e que limitava o contracheque a um salário mínimo
(atualmente R$ 880). A alegação da direção da Casa é que o documento
chegou à Câmara poucas horas antes da votação do projeto, e por isso,
não deu tempo de ser apreciado. A estimativa é que a economia para os
cofres públicos no ano que vem chegue a cerca de R$ 500 mil. A tesoura
estava ainda mais amolada em Perdões, no Centro-Oeste. Lá, os vereadores
não resistiram aos protestos da população e aprovaram, por unanimidade,
um projeto para reduzir os salários em quase 40% – passando de R$ 6,3
mil para R$ 3,7 mil. Os moradores já fizeram mobilizações e atos na sede
da Câmara para que o Legislativo corte ainda mais nos contracheques,
chegando a pouco menos de R$ 1 mil. Mas por enquanto, não há sinalização
que o pleito será atendido. Há dois meses, os vereadores de São
Francisco de Paula, também no Centro-Oeste, aprovaram uma redução de
40,54% no próprio vencimento, que passou de R$ 2.018 para R$ 1,2 mil.
Cálculos da Câmara apontam que o município economizará R$ 9,6 mil com
cada vereador no período de um ano, ou R$ 86,4 mil no total. Os
parlamentares asseguram que o valor previsto anteriormente no orçamento
do Legislativo será devolvido ao Executivo. (Estado de Minas)
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