Reportagem da revista “Veja” deste final de semana afirma que as
delações premiadas do empresário Marcelo Odebrecht e de altos
funcionários da empreiteira deverão citar pelo menos treze governadores e
36 senadores como beneficiários de propinas nas campanhas eleitorais de
2010 e 2014. De acordo com a publicação, a Odebrecht distribuiu, à
margem da lei, cerca de R$ 100 milhões em recursos aos candidatos.
Segundo a revista, Marcelo Odebrecht decidiu fazer o acordo de delação
depois de todas as tentativas de livrá-lo da prisão. A revista revela
também que o ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Léo
Pinheiro, também dirá em sua delação premiada que pagou as reformas do
sítio em Atibaia a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que o tríplex no Guarujá realmente pertencia ao ex-presidente e que
Aécio recebia 5% de propina das obras da Cidade Administrativa, em Minas
Gerais, através de um emissário. Outros beneficiários citados pelo
empresário são o atual ministro da Secretaria de Govern, Geddel Vieira; o
senador Romero Jucá; o presidente do Senado, Renan Calheiros; e o
deputado Eduardo Cunha, todos do PMDB. A revista lembra também que,
depois de resistir, Pinheiro decidiu fazer acordo de delação premiada
numa tentativa de reduzir sua pena de 16 anos. Segundo a revista, a
presidente afastada Dilma Rousseff será o principal alvo das revelações
de Marcelo Odebrecht. O empresário — que está preso desde junho do ano
passado e foi condenado a 19 anos de prisão por lavagem de dinheiro e
associação criminosa — confirmará aos investigadores da Operação
Lava-Jato que a reeleição de Dilma foi financiada com propina depositada
em contas no exterior, diz “Veja”. De acordo com a revista, a Lava-Jato
já rastreou o repasse de US$ 3 milhões da empreiteira para uma conta na
Suíça do marqueteiro João Santana, responsável pelas três últimas
campanhas presidenciais do PT. A investigação também descobriu que
outros R$ 22,5 milhões foram pagos a Santana em dinheiro vivo. O
pagamento aconteceu, de acordo com a revista, entre outubro de 2014,
quando Dilma conquistou o segundo mandato, e maio de 2015. Segundo a
revista, Odebrecht dirá que os detalhes do financiamento eleitoral foram
combinados com Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete da presidente
afastada. O ex-secretário particular da petista, Anderson Dornelles,
também será citado por Marcelo Odebrecht. Segundo a revista, Dornelles
pediu um ajuda financeira, e repasses mensais de R$ 50 mil teriam sido
feitos a "um laranja", Douglas Franzoni, sócio de Dornelles, para serem
entregues a ele. (O Globo)
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