Dilma, a embromadora posando de vítima. |
O
que todas as pessoas honestas já presumiam foi confirmado pelas
informações (ainda no início) de Marcelo Odebrecht, jogando Dilma para o
centro da corrupção. Nem assim, ao que parece, os 18 vermes do Senado
retiram seu apoio à ditadora búlgara:
O
conteúdo inicial da delação premiada do executivo Marcelo Odebrecht
causou impacto na ação do impeachment, em trâmite final no Senado, e
deverá fortalecer a base governista na tentativa de acelerar o desfecho
do processo. As informações prestadas pelo empreiteiro à Operação Lava Jato envolvem diretamente a presidente afastada Dilma Rousseff.
A
ação de afastamento tem por base as pedaladas fiscais e ainda precisa
ser votada novamente no Senado (mais informações no placar do
impeachment na pág. 7). Porém, a própria defesa de Dilma tentou incluir
semana passada no processo elementos da Operação Lava Jato, que apura
desvios na Petrobrás. A petista buscava ganhar tempo, enquanto a base
governista no Senado quer acelerar o desfecho desta etapa final do
trâmite.
Até
anteontem, a estratégia de Dilma e do PT era protelar o impeachment
apostando no desgaste do presidente em exercício Michel Temer por conta
das revelações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado na Lava
Jato, que atingem aliados importantes de Temer no PMDB, como o senador
Romero Jucá (RR). A divulgação das primeiras revelações de Odebrecht, no
entanto, ampliaram o fogo sobre Dilma e forneceram munição para o
Planalto.
O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), defendeu ontem
a inclusão das informações prestadas por Odebrecht como prova no
processo de impeachment. Para o tucano, as declarações do empresário
deverão ajudar a convencer senadores indecisos de que a petista não tem
condições de voltar a comandar o País.
Segundo reportagem da revista IstoÉ, em acordo de confidencialidade
com a Operação Lava Jato, Odebrecht disse que Dilma pediu pessoalmente
uma doação de R$ 12 milhões para sua campanha eleitoral em 2014.
Conforme a publicação, o empreiteiro diz que o então tesoureiro da
campanha, Edinho Silva, solicitou o montante, mas Odebrecht se recusou a
pagar. O empresário, então, teria procurado Dilma, que teria afirmado:
“É para pagar”.
“Essas declarações ajudam a formar a convicção de que ela não pode
permanecer na Presidência. É mais uma elemento para corroer aquela
fímbria de autoridade que ela tinha”, disse Aloysio. Para o senador, as
afirmações de Odebrecht devem ser levadas em consideração no julgamento
do impeachment. “Isso contribui para desmoronar aquela imagem virginal
que ela o PT construíram dela e da gestão dela”.
De acordo com a revista Veja, Odebrecht também afirmou que a
reeleição de Dilma foi financiada com propina depositada em contas no
exterior.
Áudios. Na avaliação de Aloysio Nunes, o próprio advogado de Dilma,
José Eduardo Cardozo, abriu espaço para essa inclusão, ao pedir ontem na
comissão do impeachment do Senado a inclusão como prova dos áudios em
que Jucá defende estancar as investigações da Lava Jato. “Já que é para
falar do conjunto da obra, fica evidente que (a declaração de Odebrecht)
deve ser levada em consideração.” Na sessão da comissão do impeachment
do Senado, na quinta-feira, o pedido de Cardozo foi negado pelo relator
do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). O tucano mineiro
sustentou que os áudios de Jucá são estranhos ao processo. “Os áudios
não são fatos novos, não alargam o objeto. Não são estranhos ao
processo, eles são o processo”, rebateu o advogado de Dilma.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que Dilma
Rousseff deveria renunciar ao cargo e “poupar o Brasil” da espera pelo
desfecho do processo de impeachment. “Já existiam insinuações nesse
sentido e agora vem a comprovação final da participação direta da
presidente da República em todos esses atos irregulares e criminosos na
operação da Petrobrás”, afirmou.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que as acusações de
Marcelo Odebrecht sobre pedido de doação ilegal para a campanha da
presidente afastada reforçam a tese de cassação da chapa das eleições
presidenciais de 2014 formada pela petista e por Temer.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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