Por Redação Bocão News | Fotos: Gilberto Júnior / Bocão News
A dívida bruta da empreiteira Odebrecht
saiu de R$ 88 bilhões em 2014 e foi para R$ 110 bilhões, alta de 25%,
efeito do dólar e dos juros, mas também da imposição de taxas maiores
para sua rolagem, de acordo com informações do jornal O Estado de S.
Paulo.
O jornal afirma que a empresa renegocia
mais de R$ 25 bilhões em dívidas de empresas do setor agroindustrial e
de óleo e gás. Um laudo interno de avaliação dos ativos, feito
regularmente para balizar o programa de bônus, pode trazer um cenário
mais desagradável. Os próprios executivos acreditam que vai mostrar que o
valor do grupo caiu à metade.
Conhecido pela baixa rotatividade e pela
fidelidade da equipe, o grupo demitiu mais de 50 mil funcionários,
reduzindo o contingente em quase um terço. A equipe voltou a ter
praticamente o mesmo tamanho que seis anos atrás: 120 mil trabalhadores.
Os cortes não ocorreram pelo ciclo natural de desmobilização de
trabalhadores, com a conclusão de obras, mas por falta de novos
contratos e até recursos para tocar projetos em andamento.
O balanço ainda vai retratar o que o
grupo poderá perder com a Lava Jato. O Ministério Público Federal cobra
R$ 7,3 bilhões, que seria o potencial de multa em um acordo de
leniência. A empresa contesta o valor.
Ainda de acordo com o jornal, a área mais
afetada foi o crédito. Em agosto de 2015, os bancos começaram a travar
liberações, o que exigiu que o grupo utilizasse recursos próprios para
girar o negócio. Executivos próximos às negociações com credores estimam
que deixaram de entrar cerca de R$ 40 bilhões em créditos, no Brasil e
no exterior.
O grupo não confirma o valor, mas em nota
disse que a Odebrecht Engenharia e Construção vive dias complicados: "O
mercado de crédito mais restrito e a questão reputacional - que leva a
um escrutínio maior e mais demorado por parte dos credores - são os
principais responsáveis por essa situação. A empresa está comprometida
em alcançar uma solução para suas questões reputacionais e espera com
isso melhorar o ambiente de crédito".
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