Fala ocorre um dia depois de ela tirar José Eduardo Cardozo da Justiça, nomeando em seu lugar, contra a Constituição, um aliado de Jaques Wagner
A
presidente Dilma Rousseff parece mesmo insaciável na arte de se cobrir
de ridículo. Nesta terça, ela recebeu em jantar as bancadas do PDT na
Câmara e no Senado. Segundo informa a
Folha, resolveu fazer uma defesa firme de Lula. E mandou ver uma frase
que dá pano pra manga. Disse que a investigação que atinge o
ex-presidente “não pode passar dos limites”.
Então
deixem-me ver se entendi direito a fala da notável soberana. Um dia
depois de ela promover a troca de guarda no Ministério da Justiça,
atendendo a pressões do PT, e de nomear para o cargo, contra a
Constituição, Wellington César, peixinho do lulista Jaques Wagner, ela
vem a público para cobrar “limites” da investigação? A quem ela está
mandando recado?
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Ou bem Dilma
afirma que investigação nenhuma pode passar dos limites — no caso, os
limites a que me refiro são os legais —, ou bem confessa que está
pedindo um tratamento privilegiado para Lula. E, Santo Deus!, ela é nada
menos do que a presidente da República.
Quem
trabalha comigo sabe que detesto conversa frouxa, que não sei para onde
vai. Comigo, no trabalho, é “pão-pão, queijo-queiro”. É claro que Dilma
está fazendo uma espécie de advertência oblíqua à Polícia Federal. Dilma
teria dito ainda que todos cometem erros e falhas, mas que uma
liderança como o petista “merece solidariedade”.
Que coisa!
Ela diz essas barbaridades no dia em que vem à luz parte das delações de
executivos da Andrade Gutierrez dando ciência de que sua campanha, em
2010, contou com dinheiro ilegal repassado pela empreiteira — dinheiro
que, no caso, é sinônimo de propina.
O nome disso é perda de compostura.
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