MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 30 de março de 2016

PP diz que decidirá sobre sair da base perto da votação do impeachment


Decisão será um dia antes ou depois de votação na comissão especial.
Segundo líder, haverá definição, porém, antes da votação no plenário.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
Após  participar de reunião da cúpula do PP, o líder do partido na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB) informou nesta quarta-feira (30) que a legenda só definirá se vai romper ou não com o governo Dilma Rousseff um dia antes ou um dia depois de a comissão especial votar parecer pela instauração ou não do processo de impeachment, o que está previsto para ocorrer entre os dias 11 e 14 de abril.
“O partido fará uma reunião do seu diretório ou no dia anterior à definição da comissão especial do impeachment ou no dia imediatamente posterior. E o diretório se manifestará sobre a postura de permanecer no projeto ou tomar outro rumo”, afirmou Aguinaldo Ribeiro. Deputados e senadores do PP se reuniram no gabinete do presidente da legenda, Ciro Nogueira (PP-PI), para discutir a possibilidade de desembarcar do governo.
 
Nesta terça (29), o PMDB decidiu, por aclamação, romper oficialmente com o governo. Na reunião, a cúpula peemedebista também determinou que os seis ministros do partido e os filiados que ocupam outros postos no Executivo federal entreguem seus cargos. A expectativa é de que o desembarque do maior sócio do governo estimule que outros partidos deixem a base de apoio a Dilma.

O líder do PP na Câmara foi reiteradamente perguntado se há alguma determinação para que o partido não assuma cargos e novos ministérios, mas se esquivou de responder objetivamente à questão. “A bancada estabeleceu um calendário. O governo tem o dele. Fatos novos só poderão ser decididos se houver nova reunião para tomar uma decisão. Mas o que foi decidido foi isso, esse calendário”, disse.
Parlamentares do PP ouvidos pelo G1 afirmam que existe a possibilidade de o governo oferecer um ministério de peso ao partido, como o Ministério da Saúde, para evitar o rompimento. A expectativa é de que Dilma anuncie uma reforma ministerial até a próxima sexta.
“Esse não é o momento para discussão de troca de cargos. O que o partido quer é contribuir para o país. A questão das discussões, elas vão haver. É da política. Mas a bancada decidiu que a decisão será um dia antes ou depois da comissão de impeachment”, disse Aguinaldo Ribeiro.
Questionado se o partido aceitará algum cargo esta semana, se for oferecido por Dilma, Aguinaldo Ribeiro se limitou a dizer que a decisão final sobre o rompimento será tomada na semana da votação do processo de impeachment na comissão.
O deputado não quis dizer se hoje há maioria ou não dentro do partido pelo rompimento, mas disse que a bancada está “dividida” em relação ao processo de impeachment.
“Nós não temos uma posição. Há uma posição clara de parlamentares que são contra e de parlamentares que são a favor. A posição é de que decidamos em conjunto. Que ainda que haja divergência, haja um consenso. A bancada está dividida [sobre o impeachment]”, disse.

A divisão interna do PP em relação à aliança com o Planalto se agravou entre 2015 e 2016. No início do ano passado, apesar dos apelos do governo, o partido decidiu apoiar a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a Presidência da Câmara, o que ajudou a derrotar o candidato petista Arlindo Chinaglia (PT-SP) em primeiro turno.

O PP também perdeu espaço no governo, no segundo mandato de Dilma, ao ser realocado do Ministério das Cidades, um dos mais cobiçados pelo alto orçamento, para a Integração Nacional, que administra menos recursos. A troca ocorreu porque Dilma quis agradar outro aliado, o PSD, comandado por Gilberto Kassab.
'Efeito dominó' na base
Desde os últimos dias, diante da então iminente saída do PMDB da base, integrantes da alta cúpula do governo passaram a agir junto a partidos da base aliada a fim de evitar o chamado “efeito dominó”, causando o rompimento de mais partidos com o Palácio do Planalto.
Integrantes do governo buscam manter o apoio de partidos como PR e PSD, por meio da nomeação para cargos e ministérios, além de liberação de emendas parlamentares individuais.
No início da noite desta terça, o chefe de gabinete da presidente Dilma, Jaques Wagner, convocou a imprensa para uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto na qual avaliou que a saída do PMDB ocorreu em “boa hora” – por ter sido antes da votação do impeachment – e permitiu à presidente fazer uma “repactuação” com a base aliada.
"O governo recebe com naturalidade a decisão interna do PMDB, agradece todo esse tempo de colaboração que tivemos ao longo desses cinco anos no governo da presidente Dilma, e creio que a decisão chega numa boa hora, porque oferece à presidente Dilma ótima oportunidade de repactuar seu governo", disse Wagner em sua fala.
No entanto, conforme o G1 apurou, há grande racha dentro do PR e do PSD em relação à atual aliança com o governo. Integrantes do PSD estiveram nesta terça em uma reunião de partidos da oposição para traçar estratégias para o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Um dos parlamentares do PSD presentes ao encontro chegou a dizer para os colegas de oposição que mais de 80% dos deputados da bancada apoiam o afastamento de Dilma.

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