Banhista é mordido na cabeça em SC; especialista diz que foi tubarão

Ele estava em praia de Balneário Camboriú quando ocorreu o acidente.
Especialista afirma que homem foi mordido por um tubarão-mangona.

Joana CaldasDo G1 SC

Rafael precisou fazer curativo na área da mordida (Foto: Luiz Souza/RBS TV)

Os ferimentos na cabeça do funcionário público Rafael Hermes Thomas, de 41 anos, chamam a atenção. Quando estava na praia do Estaleirinho, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte, na terça (1), ele sentiu uma mordida após um mergulho e precisou ir para o hospital. Um especialista afirma que ele foi mordido por um tubarão-mangona.
"Eu estava na areia jogando frescobol com um amigo. Entrei no mar, dei um mergulho e senti uma mordida na cabeça. Mordeu e soltou. Meu amigo estava do lado, ele viu o peixe", relatou Rafael sobre o que ocorreu perto das 16h de terça.
Como estava sangrando, Rafael, que é morador de Balneário Camboriú, foi para o Hospital Ruth Cardoso, na própria cidade. "Tive sorte. Pegou bem no meu crânio, só rasgou o couro cabeludo".

Especialista fez análise de fotos diz que ferimento foi feito por tubarão-mangona (Foto: Luiz Souza/RBS TV)

Análise do ferimento
Nesta quarta (2), ele foi novamente ao hospital fazer curativo. Aproveitou e pediu para tirar fotos do ferimento. Mandou as imagens para Jules Soto, especialista do Museu Oceanográfico Univali, localizado em Balneário Piçarras, distante cerca de 30 quilômetros de Balneário Camboriú.
"Eu conversei com ele [Rafael] no telefone. Ele descreveu o ocorrido, recebi as fotos e fiz a análise. Realmente é uma mordida de tubarão. Foi tão característica que foi possível determinar a espécie", contou o especialista. Para Soto, trata-se de um tubarão-mangona, Carcharias taurus.

Rafael teve ferimentos que teriam sido feitos por
tubarão em duas partes da cabeça
(Foto: Rafael Hermes Thomas/Arquivo Pessoal)

"É uma espécie típica do Sul do Brasil. Era abundante, mas, com a pesca, foi praticamente dizimado. Ainda existe, mas é escasso, só em águas bem rasas". Para identificar o animal que mordeu Rafael, o especialista analisou o espaçamento e o número das marcas de dentes no ferimento.
Ele também explicou que é raro que essa espécie morda algum humano e que a mordida em Rafael não foi muito forte, mas deixa marcas por causa dos dentes pontiagudos do peixe. "Em contato com a pele, faz um estrago. Mas em termos médicos, a pessoa nem fica internada", disse o especialista.
Em relação ao ferimento, Rafael disse não ter se machucado muito. "Apesar do rasgo grande, foram só pontos mesmo. Estou bem, estou tomando medicamentos. Dos males, o menor".