Grupos culturais desfilaram na tarde deste sábado (30), pela orla da Barra.
No domingo (31), folia continua com programação do 'Furdunço' na cidade.
Fuzuê leva grupos culturais e bandinhas de sopro às ruas da Barra, em Salvador (Foto: Elias Dantas/Ag. Haack)
O sol ainda brilhava forte no Circuito Orlando Tapajós, entre o Clube Espanhol e o Farol da Barra, quando o "Fuzuê"
tomou conta do primeiro dia oficial de festas do pré-carnaval de
Salvador, no final da tarde deste sábado (30). Estreando na folia, o
projeto levou às ruas a força dos grupos culturais. De baianas a
travestidos, predominaram as cores e fantasias de pessoas que, no início
de um novo ano, brincaram a tradição de antigos carnavais. Conforme o major Edmundo Assemany, da Polícia Militar, não houve registro de ocorrências policiais na festa até as 18h30. O público estimado pela PM foi de 20 mil pessoas. "Foi uma festa tranquila. As atrações ajudaram. Agora, estamos nos preparando para amanhã [Furdunço]. Haverá mais atrações e isso deve atrair um público maior", prevê.
Fora da lista de atrações oficiais, o primeiro grupo a partir do início do circuito foi o "Magrelas na Banguela", guiado por cerca de 70 ciclistas. "Viemos curtir a festa e trazer a pauta dos ciclistas. Viemos nos integrar à cidade", disse uma das organizadoras, Marcella Marconni, de 33 anos, vestida de "diabinha". Ao lado, um outro integrante do grupo estava fantasiado de mosquito da dengue. "Não podemos esquecer do combate", destacou Vagner Santana, 23.
Fuzuê na Barra reuniu foliões fantasiados de "diabinha" e "mosquito da dengue" (Foto: Henrique Mendes/G1)
Em seguida, as cores e tradição das Ganhadeiras de Itapuã tomaram conta
do pré-carnaval. Ao toque dos tambores, cerca de 50 mulheres cantavam
hinos de antigos carnavais, como "Madalena do Jucu". "É uma
revitalização fantástica. Traz as famílias para o circuito, traz outros
valores", afirmou o diretor das Ganhadeiras de Itapuã, Salviano Filho.Convidada do grupo, dona Janice Maria Conceição, de 61 anos, disse que saiu de São Paulo para desfilar nas Ganhadeiras no Fuzuê. "Vim prestar uma homenagem à lembrança da minha avó, que morava aqui na Bahia e era uma Ganhadeira" destacou.
Ganhadeiras de Itapuã desfilam no Fuzuê (Foto: Henrique Mendes/G1)
Irreverente, o bloco "Paroano Sai Milhó" veio logo atrás. Dançante,
dona Maria do Carmo, de 47 anos, disse que faz parte da folia com o
grupo há mais de 30 anos. "Eu amo o carnaval e estou com eles desde o
pré-vestibular", brincou.Para Gil Lelê, diretor do bloco indígena Commanches do Pelô, o Fuzuê desponta como mais uma oportunidade dos grupos culturais de Salvador manifestarem a sua arte. "Nosso bloco tem 43 anos de história. Antes, saíamos só à noite. Ficávamos apagados. Agora, nossa arte pode ser melhor vista", comemora.
Commanches do Pelô no Fuzuê (Foto: Henrique Mendes/G1)
Conforme o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac
Edington, o Fuzuê nasceu com a proposta de celebrar os antigos
carnavais. "O nome foi batizado pelo prefeito ACM Neto. Fuzuê é essa
bagunça organizada. A ideia é que o Fuzuê não tenha equipamentos
eletrônicos. Só fanfarras, baterias e metais. A gente vai resgatar
antigos carnavais, a gente vai resgatar aquela vontade que a gente tem
de rever entidades que fizeram tanto sucesso e conhecer novas",
ressaltou.Furdunço
No domingo (31) de janeiro, o "Furdunço", que está no "pré-carnaval" pelo segundo ano, também desfila no circuito Orlando Tapajós, orla da Barra. A festa terá a apresentação de 33 grupos, que desfilarão em minitrios. Dentre as atrações estão Adão Negro, Alavontê e BaianaSystem. A programação começa às 15h. Veja tudo aqui.
Circuito Orlando Tapajós lotado de foliões na tarde deste sábado (30) (Foto: Elias Dantas/Ag. Haack)
Baiana no Fuzuê; um dos maiores símbolos culturais do estado (Foto: Max Haack/Ag Haack)
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