Exemplares chegaram a Peirópolis em 86 rochas nesta sexta (26).
Geólogo diz que fósseis trazem variedade e raridade à paleontologia.
Exemplar apresenta integridade e tem potencial de raridade na paleontologia (Foto: Gabriela Almeida/ G1)
A pesquisa paleontológica em Uberaba
ganhou novo fôlego nesta sexta-feira (26) com a chegada de 86 blocos de
rochas contendo fósseis de 400 milhões de anos. Os materiais, que
chegaram ao Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, da
Pró-reitoria de Extensão (CCCP/PROEXT) da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro (UFTM), são oriundos de Mato Grosso e Goiás. Estudos
preliminares apontam que os fósseis são de animais que tinham como
habitat águas calmas e frias.De acordo com o geólogo e supervisor do Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, Luiz Carlos Borges Ribeiro, a chegada dos fósseis soma em variedade ao acervo coletado na região do Triângulo Mineiro.
“Diferentemente dos fósseis coletados em Uberaba, onde há um predomínio dos grandes animais como dinossauros, crocodilos, peixes, tartarugas e rãs, estes animais eram essencialmente providos de conchas sendo classificados na sua maioria como pertencentes ao grupo dos braquiópodes”, disse.
Os blocos passarão por triagem para identificação das espécies entre os oito gêneros já identificados. Posteriormente, eles são numerados e inseridos na coleção do Complexo da UFTM. O geólogo acrescentou que alguns exemplares podem ser objeto de estudo de especialistas em parceria com a UFTM.
“A proposta da direção do Complexo é, em um curto prazo, colocar em exposição alguns destes exemplares para que o visitante possa conhecer estas formas de vida que habitaram nosso país em um passado remoto”, concluiu.
Blocos passaram por triagem no Complexo Cultural
e Científico de Peirópolis (Foto: Elioenai Amuy/UFTM)
Raridadee Científico de Peirópolis (Foto: Elioenai Amuy/UFTM)
Um exemplar medindo cerca de 9 cm de largura, 6 cm de comprimento e 4 cm de espessura se destaca pela integridade de preservação, já que possui as duas valvas e pedúnculo intactos. Os órgãos são fundamentais para a fixação à base oceânica. A preservação destaca a raridade e impulsiona estudos sobre a ecologia e comportamento do grupo extinto.
“Pelas características morfológicas acreditamos que possa ser algo novo, ainda não visto pela ciência”, destacou Ribeiro.
Origem dos exemplares
Os exemplares provêm do Programa de Monitoramento e Salvamento Paleontológico realizado nas Linhas de Transmissão Elétrica entre as cidades de Ribeirãozinho, no Mato Grosso, e a Usina Hidrelétrica de Marimbondo instalada no Rio Grande, no Triângulo Mineiro. O resgate foi feito por empreendimento que visa interligar a Usina Hidrelétrica de Teles Pires, em construção no norte de Mato Grosso, ao sistema energético brasileiro
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