O juiz federal Sergio Moro, que cuida das ações da Operação Lava Jato na
primeira instância em Curitiba, condenou nesta segunda-feira o
ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada a 12 anos e dois meses de
prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além de multa. Na
sentença, o magistrado acolheu a tese do Ministério Público, de que
Zelada recebeu propina por um contrato da Petrobras por navios-sonda
-ele negou as acusações. Moro também condenou o ex-gerente Eduardo Musa
-subordinado direto de Zelada à época do negócio-, a 11 anos e oito
meses de prisão e multa. Ele também foi acusado de receber propina em
troca de facilitar a obtenção do contrato. Ao todo, teriam sido pagos
cerca de US$ 31 milhões em propinas. O lobista João Augusto Rezende
Henriques, tido como operador do PMDB no esquema, também foi condenado. O
caso envolve o afretamento por US$ 1,81 bilhão (R$ 6,41 bilhões no
câmbio desta quinta) do navio-sonda Titanium Explorer da empresa
americana Vantage Drilling. Baseado em dados de um relatório de
auditoria feito pela própria Petrobras, a Procuradoria culpou Zelada por
ter ignorado procedimentos de governança ao celebrar o contrato, em
2008, contra recomendações dos técnicos que faziam objeções ao
afretamento do navio-sonda. Além de Zelada e Musa, também foram
denunciados Hamylton Pinheiro Padilha Junior e Raul Schmidt Felippe
Junior, que teriam distribuído a propina aos funcionários da Petrobras
por meio de empresas baseadas em paraísos fiscais. Os pagamentos ao
ex-diretor ocorreram em contas na Suíça e em Mônaco. Zelada foi preso em
julho do ano passado, na 15ª fase da Lava Jato, denominada Conexão
Mônaco -em referência a suas contas bancárias naquele país. (Extra)
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