A proposta de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT),
rejeitada em abril pelo presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), deve voltar para agenda do Parlamento após o recesso.
De acordo com dados da Secretaria Geral da Mesa da Câmara, desde que
Dilma foi empossada em seu segundo mandato, no início deste ano, 12
documentos foram protocolados na Casa. A maioria deles apresenta
argumentos frágeis e devem ser descartados, mas outros considerados mais
consistentes estão previstos para ser entregues até depois de amanhã. O
recesso na Câmara termina no dia 1º de agosto e os parlamentares devem
retornar na próxima segunda-feira (2). Normalmente, quando as petições
não se enquadram no formato, elas são remetidas direto para o arquivo.
Mas, após o rompimento com o governo, Cunha decidiu retirar os pedidos
da gaveta e solicitou que os autores ajustassem os documentos dentro das
exigências regimentais, procedimento considerado incomum. O
peemedebista não confirma, mas fontes no Congresso apostam que os
pedidos serão analisados antes das manifestações, marcadas para o
próximo dia 16 de agosto em todo o país. Um dos que endossaram o pedido
de impeachment já entregue à Câmara foi o Movimento Brasil Livre (MBL),
que está baseado na tese das chamadas “pedaladas fiscais” e conta com
parecer completo do jurista Adilson Dallari. “São mais de três mil
páginas formuladas pelo ‘Foro de Brasília’, um grupo formado por
juristas que apresentam na peça todas as teses do impeachment”, disse o
coordenador do MBL na Bahia, Ricardo Almeida Ribeiro, em entrevista à
Tribuna. Anteontem, cerca de 30 pessoas do MBL se reuniram em Salvador,
em uma vigília simbólica em frente à sede do Tribunal de Contas da União
(TCU), na Avenida Tancredo Neves. O grupo aderiu ao ato nacional
promovido pela ‘Aliança dos Movimentos Democráticos’, que pressiona os
nove ministros da Corte a reprovar as contas da presidente Dilma.
Tribuna da Bahia
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