Grandes mudanças são divisores de águas e devem ser encaradas com tranquilidade e foco. Administrar expectativas e buscar ajuda quando necessário podem ajudar; saiba mais
por
Rafael Bergamaschi, especial para o iG São Paulo
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Thinkstock Photos
Medite diariamente e observe os próprios pensamentos
“Nada há de permanente exceto a mudança”.
A frase de Heráclito, filósofo grego do período pré-socrático, ilustra
um dos aspectos mais significativos da experiência humana: nossa
constante metamorfose.
Da adolescência à maturidade, do casamento ao primeiro filho, o homem passa por diversas transições ao longo da vida e, a partir destes momentos de definição, constrói a própria trajetória.
"Toda transição exige um reposicionamento. É preciso conseguir enxergar que existem ciclos a serem cumpridos e que a mudança é algo natural dos seres humanos”, explica Ricardo Monezi, psicobiólogo e pesquisador da área de medicina do comportamento da Unifesp.
As grandes transições são aquelas que representam o fim de um ciclo e o início de uma nova fase. E elas nos afetam de maneira integral: psicológica, social e biologicamente. É justamente por isso que, quando feita de maneira inapropriada, uma transição pode gerar reações adversas.
"Toda transição envolve ume resposta orgânica”, explica o especialista, antes de acrescentar: “no caso de uma experiência negativa, o sistema de defesa do corpo pode ficar debilitado, o que pode até mesmo causar uma doença”.
Para não correr esse risco, veja algumas dicas para enfrentar melhor as maiores transições da vida:
1. Não tenha medo. "As pessoas muitas vezes enxergam o fim de um ciclo como um ponto final, mas muitas vezes este ponto é necessário para que novas linhas sejam escritas”, explica Monezi.
Ao lutarmos contra isso, transformamos um movimento que deveria ser natural em algo a ser evitado, o que apenas dificulta as coisas.
2. Aprenda com os mais velhos. Independentemente de qual seja o processo pelo qual se está passando, é muito provável que alguém já tenha tido uma experiência parecida. Aproveite-se disso para aprender.
"A melhor maneira para se preparar para as transições é escutar mais os velhos, dar atenção às experiências deles”, aconselha o pesquisador da Unifesp. “Ao conhecer o que lhe espera, muitas vezes os medos e aflições são minimizados”, completa.
3. Faça a transição aos poucos, evitando mudanças bruscas. Quanto mais repentina a mudança, mais traumática a experiência. "Toda transição processada de forma natural e lenta é bem-vinda pelo corpo”, garante o psicobiólogo. Sempre que possível, procure ir com calma, para se habituar à nova realidade.
Por exemplo: vai morar sozinho, mas não tem certeza se está pronto? Passe alguns dias da semana sem ninguém e observe como se sente. Vai cursar uma faculdade em outra cidade? Procure ler sobre a instituição e se familiarizar com o novo ambiente antes de sair de casa.
4. Administre as expectativas. Transições trazem muitas expectativas, o que pode ser algo bom ou ruim. "Quando a expectativa é cumprida, o sentimento é de vitalidade e criatividade. Mas, se a expectativa é muito alta e não é atingida, isso gera dor, depressão e insegurança”, explica Monezi.
5. Dê importância aos rituais de passagem. A festa de formatura, a cerimônia do casamento, a despedida de solteiro. Ritos de passagens como estes são importantes, pois funcionam como marcadores pontuais de tempo.
"Os rituais dão uma pista para o cérebro de que aquela transição foi realizada, para que ele tome consciência do que está acontecendo”, diz o especialista.
6. Foque 100% no presente. Ficar preso demais ao passado pode gerar depressão. De forma semelhante, a preocupação constante com o futuro gera ansiedade.
“Algumas técnicas, como a prática de meditação podem ajudar, pois exigem que você se concentre em quem você é, não em quem você foi ou poderá vir a ser”, aconselha o psicobiólogo.
7. Não reprima sentimentos negativos. Nem todas as transições são fáceis. Algumas são bem difíceis e fazem com que emoções negativas aflorem.
"É extremamente importante que a pessoa não guarde para si esses sentimentos”, diz Monezi. "Toda emoção negativa que se represa traz alguma repercussão negativa para o futuro”, acrescenta.
8. Busque ajuda. Caso a transição esteja muito difícil de ser administrada, buscar apoio pode ser uma boa opção para seguir em frente.
Compartilhar problemas com um amigo próximo, um familiar ou mesmo com um profissional de saúde mental, iniciando um processo terapêutico.
"Compartilhar um momento de dor com alguém não é jogar toda a responsabilidade nas costas de outra pessoa, mas deixar que te ajudem a carregar o peso”, finaliza o pesquisador.
Da adolescência à maturidade, do casamento ao primeiro filho, o homem passa por diversas transições ao longo da vida e, a partir destes momentos de definição, constrói a própria trajetória.
"Toda transição exige um reposicionamento. É preciso conseguir enxergar que existem ciclos a serem cumpridos e que a mudança é algo natural dos seres humanos”, explica Ricardo Monezi, psicobiólogo e pesquisador da área de medicina do comportamento da Unifesp.
As grandes transições são aquelas que representam o fim de um ciclo e o início de uma nova fase. E elas nos afetam de maneira integral: psicológica, social e biologicamente. É justamente por isso que, quando feita de maneira inapropriada, uma transição pode gerar reações adversas.
"Toda transição envolve ume resposta orgânica”, explica o especialista, antes de acrescentar: “no caso de uma experiência negativa, o sistema de defesa do corpo pode ficar debilitado, o que pode até mesmo causar uma doença”.
Para não correr esse risco, veja algumas dicas para enfrentar melhor as maiores transições da vida:
1. Não tenha medo. "As pessoas muitas vezes enxergam o fim de um ciclo como um ponto final, mas muitas vezes este ponto é necessário para que novas linhas sejam escritas”, explica Monezi.
Ao lutarmos contra isso, transformamos um movimento que deveria ser natural em algo a ser evitado, o que apenas dificulta as coisas.
2. Aprenda com os mais velhos. Independentemente de qual seja o processo pelo qual se está passando, é muito provável que alguém já tenha tido uma experiência parecida. Aproveite-se disso para aprender.
"A melhor maneira para se preparar para as transições é escutar mais os velhos, dar atenção às experiências deles”, aconselha o pesquisador da Unifesp. “Ao conhecer o que lhe espera, muitas vezes os medos e aflições são minimizados”, completa.
3. Faça a transição aos poucos, evitando mudanças bruscas. Quanto mais repentina a mudança, mais traumática a experiência. "Toda transição processada de forma natural e lenta é bem-vinda pelo corpo”, garante o psicobiólogo. Sempre que possível, procure ir com calma, para se habituar à nova realidade.
Por exemplo: vai morar sozinho, mas não tem certeza se está pronto? Passe alguns dias da semana sem ninguém e observe como se sente. Vai cursar uma faculdade em outra cidade? Procure ler sobre a instituição e se familiarizar com o novo ambiente antes de sair de casa.
4. Administre as expectativas. Transições trazem muitas expectativas, o que pode ser algo bom ou ruim. "Quando a expectativa é cumprida, o sentimento é de vitalidade e criatividade. Mas, se a expectativa é muito alta e não é atingida, isso gera dor, depressão e insegurança”, explica Monezi.
5. Dê importância aos rituais de passagem. A festa de formatura, a cerimônia do casamento, a despedida de solteiro. Ritos de passagens como estes são importantes, pois funcionam como marcadores pontuais de tempo.
"Os rituais dão uma pista para o cérebro de que aquela transição foi realizada, para que ele tome consciência do que está acontecendo”, diz o especialista.
6. Foque 100% no presente. Ficar preso demais ao passado pode gerar depressão. De forma semelhante, a preocupação constante com o futuro gera ansiedade.
“Algumas técnicas, como a prática de meditação podem ajudar, pois exigem que você se concentre em quem você é, não em quem você foi ou poderá vir a ser”, aconselha o psicobiólogo.
7. Não reprima sentimentos negativos. Nem todas as transições são fáceis. Algumas são bem difíceis e fazem com que emoções negativas aflorem.
"É extremamente importante que a pessoa não guarde para si esses sentimentos”, diz Monezi. "Toda emoção negativa que se represa traz alguma repercussão negativa para o futuro”, acrescenta.
8. Busque ajuda. Caso a transição esteja muito difícil de ser administrada, buscar apoio pode ser uma boa opção para seguir em frente.
Compartilhar problemas com um amigo próximo, um familiar ou mesmo com um profissional de saúde mental, iniciando um processo terapêutico.
"Compartilhar um momento de dor com alguém não é jogar toda a responsabilidade nas costas de outra pessoa, mas deixar que te ajudem a carregar o peso”, finaliza o pesquisador.
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