Após romper com o governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), desengavetou os 11 pedidos de impeachment protocolados contra
Dilma Rousseff na Mesa diretora da Câmara. Um deles é de autoria de
Jair Bolsonaro (PP-RJ). Em ofício datado desta sexta-feira (17), Cunha
abriu um prazo de dez dias para Bolsonaro “emendar a denúncia” que
formulou contra a presidente da República, “adequando-a aos requisitos
da Lei número 1.079/1950 e do regimento interno da Câmara dos
Deputados.” A lei mencionada por Cunha define os crimes de
responsabilidade. Bolsonaro protocolou o pedido de enquadramento de
Dilma nessa lei há quatro meses, em março. No documento, o deputado
responsabilizou a presidente pelos desvios na Petrobras, sob
investigação na Operação Lava Jato. Com seu ofício, Cunha oferece a
Bolsonoro a oportunidade de adensar o pedido de impeachment. O deputado
poderá, por exemplo, adicionar ao documento a denúncia do delator
Ricardo Pessoa. Dono da construtora UTC e coordenador do cartel que
desviou pelo menos R$ 19 bilhões da Petrobras, Pessoa disse que parte da
verba roubada (R$ 7,5 milhões) foi repassada ao comitê de campanha de
Dilma, em 2014. Não é usual que um presidente da Câmara peça a autores
de pedidos de impeachment para emendar suas denúncias. Normalmente, as
petições considerados insubsistentes são remetidas ao arquivo. A
movimentação de Eduardo Cunha dá ideia do que está por vir em agosto,
depois das férias dos congressistas. (Uol)
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