Brasileiro que luta com separatistas diz que a hasteou com 2 companheiros.
Rafael Lusvarghi conta que ganhou bandeira de black bloc no ano passado.
Vídeo
mostra bandeira brasileira hasteada em prédio parcialmente destruído em
área rebelde no leste da Ucrânia (Foto: Reprodução/Youtube/Ukraine War)Rafael combate ao lado de outros estrangeiros, inclusive mais brasileiros, junto ao exército dos rebeldes. Eles ficam alojados em um quartel de Slaviansk, cidade a 100km de Donetsk, uma das cidades reduto dos separatistas e palco de combates com o exército ucraniano.
“Um francês, um russo e eu hasteamos a bandeira brasileira. Fomos até o prédio dos bombeiros (as ruínas dele), a 600 metros das posições ucranianas, do outro lado da pista. Subi e, enquanto a posicionava, eles me deram cobertura”, relatou ao G1 pela rede social.
Rafael Marques Lusvarghi foi detido em duas ocasiões durante manifestações em São Paulo (Foto: Estadão Conteúdo)Rafael, que é ex-policial militar, ficou 45 dias preso em São Paulo, acusado de atos violentos durante a Copa do Mundo. A Justiça de São Paulo o absolveu na semana passada das acusações de incitação ao crime, associação criminosa, resistência, desobediência e porte de material explosivo. A decisão cabe recurso.
Rafael Lusvarghi aparece dando entrevista a uma emissora de TV num hospital (Foto: Reprodução / Youtube)Desde o início da guerra na Ucrânia, abril de 2014, mais de 6 mil pessoas morreram no leste do país, de acordo com a ONU. A Ucrânia e outros países do Ocidente acusam a Rússia de enviar tropas e apoio aos rebeldes, o que o presidente russo, Vladimir Putin, nega.
Rafael
(acima à esquerda) segura bandeira brasileira ao lado de combatentes no
leste da Ucrânia (Foto: Reprodução/ Facebook/ Rafael Lusvarghi)Voluntários
O grupo de combate comandado por Rafael conta com voluntários estrangeiros: 5 brasileiros, um espanhol, 3 franceses e um norte-americano. Ele faz parte do Exército Regular da República Popular de Donetsk – autoproclamada pelos rebeldes após uma consulta pública à população local que foi considerada ilegítima pelas autoridades em Kiev e pela maioria da comunidade internacional. É o governo da região que oferece documentação, atendimento médico, alimentação e alojamento. Outros 12 brasileiros já passaram pelo grupo.
Em maio, Rafael postou outro vídeo em que ele e mais dois brasileiros explicam como os voluntários devem fazer para chegar até eles. Segundo ensinam, primeiro é preciso desembarcar em Moscou, onde haverá uma pessoa esperando os "recrutas". De lá, pega-se um trem até a cidade de Rostov, na fronteira entre Rússia e Ucrânia. De Rostov, os voluntários seguem para Donetsk de ônibus. Os que não sabem falar inglês terão a ajuda de um tradutor, segundo contam.
Rafael
Lusvarghi em vilarejo na periferia da cidade de Debaltseve, no leste da
Ucrânia (Foto: Reprodução/ Facebook/ Rafael Lusvarghi)Funções do grupo
A principal tarefa do grupo é observar a movimentação do exército ucraniano e reportar ao comando do batalhão. Mas o brasileiro conta que às vezes acaba exercendo a função de atirador de precisão ou de suporte, e que gosta de se arriscar em outros serviços, como defesa em caso de avanço das tropas ucranianas, “pelo moral que isso gera entre os outros militares”.
“Esta semana mesmo explodimos uma torre de transmissão inimiga que também trazia eletricidade para nós. Foi engraçado, muitos ficaram furiosos comigo. Foi de iniciativa própria minha”, conta. “Mas no fim eles perderam a torre e já temos eletricidade de novo. Um blackoutzinho não faz mal a ninguém, não é mesmo?”.
Mulher anda por área destruída por combates em Donetsk, na Ucrânia (Foto: Vadim Ghirda/AP)
Membros das froças armadas dos rebeldes dirigem um tanque em Donetsk (Foto: REUTERS/Alexander Ermochenko)
Pessoas fazem fila para receber ajuda humanitária na cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia (Foto: AFP PHOTO / DOMINIQUE FAGET)
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