MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 28 de março de 2015

PT coloca o poder como fim e não como meio, diz Puggina


Resultado de imagem para lula discursandoPaulo Briguet
Mercado em Foco
Nesta entrevista à revista Mercado em Foco, Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, analisa o momento político nacional e afirma que o PT, deixado livre, leve e solto, tanto poderá evoluir para um peronismo com Lula, quanto para alguma forma de organização do Estado com viés totalitário ou autoritário.
No “Livro Negro do Comunismo”, Jean-Louis Margolin define o Camboja de 1975 como “o país do crime desconcertante”. Quarenta anos depois, estamos vivendo no “país do roubo desconcertante”?
Com efeito, o petismo, e nele os petralhas, promoveu um formidável update na criminalidade nacional, em especial no avanço sobre os recursos públicos para fins privados. Mais do que da “privatização”, trata-se, aqui, da apropriação privada desses meios financeiros.
Diante das notícias do petrolão e outros escândalos nacionais, a militância petista sempre aponta os casos supostamente semelhantes ocorridos em governos do PSDB…

É, a um tempo, embaraçoso e esclarecedor ver-se o petismo descer de seu velho pedestal e apelar para essa linha de argumentação, que não diz coisa alguma sem mencionar o FHC e o PSDB. A corrupção, no caso atual, começou com os R$ 3 mil de Mauricio Marinho e dos R$ 50 mil de João Paulo Cunha, para os milhões do Mensalão e para os bilhões do Petrolão.
De que maneira os empresários e entidades de classes podem se organizar e se manifestar contra o atual estado de coisas no Brasil? 

A participação do empresariado brasileiro será essencial às mobilizações por vir. Os empresários devem estimular a presença de seus funcionários e estar, eles mesmo, presentes nas manifestações de rua. Pessoalmente eu estou longe de fazer o tipo militante de passeata, mas nas mobilizações de dezembro, até em caminhão de som subi para discursar. Pude perceber na reação das pessoas o quanto isso foi significativo para elas. Queiramos ou não, somos parte sadia da elite brasileira. E é sobre nós que recai a maior responsabilidade neste momento.
Hoje estamos assistindo ao governo venezuelano invadir uma rede de supermercado em nome da “guerra econômica” contra as elites. O empresariado parece não ter dado conta da gravidade da situação. Como fazer eles acordarem para a situação real do País?
Ao longo dos últimos 20 anos, tornei-me um especialista em questões cubanas. Meu interesse pelo país foi derivado da dedicação da esquerda brasileira em geral e do petismo em particular à tarefa de glamourizar a revolução cubana e cantar méritos que descobri serem absolutamente fajutos. Dezenas de debates mais tarde, surgiu o chavismo na Venezuela e recebeu as mesmas reverências. Tem sido muito fácil apontar a disinformation construída em torno dessas duas desastrosas experiências comunistas na América Latina. Será mais difícil fazer isso no Brasil acima de Brasília, onde o eleitorado foi capturado nas malhas da dependência do Estado mediante renúncia à própria consciência moral. Ademais, o petismo, no Brasil, atraiu pelo bolso, via BNDES, a banda podre da economia brasileira. Julgo urgente que micros, pequenos e médios empresários se levantem contra essa orgia de recursos financeiros a juros privilegiados, canalizados para as maiores empresas do país, gerando, como consequência das facilidades e abusos, o caos econômico em que estamos ingressando.
O PT quer conduzir o Brasil para uma situação semelhante à da Argentina e da Venezuela ou pensa em adotar um autoritarismo inspirado nos modelos russo e chinês?
Eu estou convencido de que o PT coloca o poder como fim e não como meio. Portanto, o petismo, deixado livre, leve e solto, tanto poderá evoluir para um peronismo com Lula, quanto para alguma forma de organização do Estado com viés totalitário ou autoritário.

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