Faturou os tubos! Com portas abertas por José Dirceu.
Estava na cara. Os empréstimos do BNDES para obras das empreiteiras no
exterior também faziam parte do propinoduto do PT. Youssef também atuava
em países da América Latina e da África, entre
eles Cuba, Uruguai e Angola - regiões onde o ex-ministro José Dirceu
prestava consultoria internacional para empreiteiras do cartel
investigado pela Operação Lava Jato. É o que mostra a lista de cerca de
750 contratos apreendida em seu escritório, em São Paulo, em abril do
ano passado. É o que informa o jornal Estado de São Paulo, na matéria abaixo.
Em Cuba, a lista de Youssef registra negócio nas obras do Porto de
Mariel com a Olex Odebrecht Logística e Exportações, braço
administrativo no exterior da Construtora Norberto Odebrecht -
responsável pela obra e alvo das investigações da Lava Jato por cartel e
corrupção. O valor do contrato negociado pelo doleiro, segundo o
registro, foi de R$ 3,6 milhões, referente a cotação de tubos. O
contrato data de 2010. A construtora nega irregularidades e relação com
Youssef. Há ainda referências a negócios no Uruguai, Costa Rica, Argentina, Equador e Angola.
A força-tarefa da Lava Jato considera a lista o mapa dos
negócios feitos por Youssef, entre 2009 e 2012, em nome da empresa de
tubo Sanko Sider - alvo de ação penal -, por meio da qual o doleiro
ocultava dinheiro de propina. A Sanko serviu para desvios nas obras da
Refinaria Abreu e Lima, via empresas de fachada de Youssef.
O doleiro pode ter recebido, no total, R$ 11 bilhões em
comissões. Na planilha, para cada projeto destacado há um cliente
vinculado, geralmente uma grande construtora, e para cada cliente há um
cliente final, quase sempre empresas públicas, como a Petrobrás e
algumas empresas privadas. O juiz federal Sérgio Moro considerou a lista
prova de que os crimes do doleiro transcenderam a estatal petrolífera.
Cruzamento. Investigadores da Lava Jato cruzam agora os
negócios de Youssef nesses países da América Latina e África com os
serviços de consultoria prestados pela empresa JD Assessoria, do
ex-ministro José Dirceu, que passou a ser investigada no final do ano
passado por suspeita de ter prestado falsas consultorias para ocultar o
pagamento de propina.
A JD trabalhou para empresas do cartel que atuava na Petrobrás
em países onde Youssef também buscou negócios. Cuba é um deles. A
função de Dirceu seria “abrir portas”, o que incluiria a intermediação
de encontros entre autoridades estrangeiras e empresas brasileiras que
pretendiam fazer negócio no exterior. A JD foi contratada pela Engevix Engenharia, uma das
investigadas pela Lava Jato, por exemplo, para abertura de negócios em
Cuba e no Peru.
BLOG DO CORONEL
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