MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 29 de julho de 2014

Em protesto por morte, motoristas param 100% dos ônibus no AC


Morte de motorista de ônibus em tentativa de assalto causou revolta.
Após acordo com a cúpula de Segurança, motoristas voltaram a circular.

Tácita Muniz Do G1 AC
Motoristas param em protesto (Foto: Geisy Negreiros/G1)Protesto de motoristas causou congestionamento na Avenida Ceará (Foto: Geisy Negreiros/G1)
Revoltados, motoristas e cobradores de ônibus fecharam o Terminal Urbano de Rio Branco e resolveram parar 100% da frota de veículos na manhã desta terça-feira (29), em protesto a morte do motorista Raimundo Marconi Santana Silva, na noite de segunda-feira (28). Ele foi morto a tiros durante uma tentativa de assalto à linha 302, que faz o trecho Centro/ Universidade Federal do Acre (Ufac).  Por volta das 5h40, filas começaram a se formar nos corredores dos ônibus e os servidores se negavam circular com os veículos.
O trânsito ao longo da Avenida Ceará ficou completamente congestionado. Por volta das 7h [horário local], após acordo com a cúpula de Segurança Pública, os motoristas voltaram a circular.
Motoristas pediam justiça à morte de colega (Foto: Tácita Muniz/G1)Motoristas pedem mais segurança nas linhas de ônibus (Foto: Tácita Muniz/G1)
Diante de palavras de ordens, a categoria expôs a situação das linhas de ônibus que consideram mais perigosas. O secretário de Segurança Pública, Reni Graebner, garantiu que vai executar operações mais especificas para o transporte público, com o objetivo de tentar amenizar as ocorrência registradas.
"A Prefeitura, que é responsável pelo Terminal Urbano , vai reforçar e otimizar algumas providências dentro do Terminal. Diante das reclamações, fizemos anotações das linhas e vamos coletar as demais. Analisaremos uma nova abordagem com o pessoal do semiaberto, se é possível mudar o horário ou fiscalizar a saída deles", diz.
Frota parou 100% no início da manhã desta terça-feira (29) (Foto: Tácita Muniz/G1)Frota parou 100% no início da manhã desta terça-feira (29) (Foto: Tácita Muniz/G1)
Durante a reunião, que ocorreu dentro do Terminal Urbano, os motoristas e cobradores demonstravam revolta e pediam, inclusive, a morte dos suspeitos. O sindicato da categoria tentava acalmar os ânimos e por mais de meia hora, as autoridades ficaram reunidas com os profissionais.
O comandante da Polícia Militar do Acre, coronel José Anastácio, se solidarizou com o movimento e disse que uma relação direta com o sindicato fará com que se identifique as principais linhas e locais da violência. "Nossa intenção é intensificar as operações em alguns ônibus e também horários, porque não tem como colocar um policial militar em cada veículo e a gente tem muitas limitações. Porém, vamos dialogar para saber onde está o problema e agir de forma mais ostensiva", destaca.
Mesmo após a reunião e o acordo de voltarem a rodar normalmente, o sindicato enfrentou problemas para controlar os ânimos. Parte dos motoristas e cobradores não queria voltar a trabalhar para acompanhar o velório e enterro do colega. "Nós vamos sim fazer uma última homenagem, uma grandiosa, assim como a profissão de vocês, mas não vamos deixar a população desassistida. Vamos liberar os carros e no dia do julgamento tomar as medidas cabíveis. Possivelmente haja outra paralisação durante o enterro", enfatiza.
Alguns passageiros não concordaram com ação de parar 100%. Muita gente se aglomerou no Terminal em busca de conseguir condução para chegar aos seus locais de trabalho. A servidora Marcela Lopes estava tentando chegar no bairro Defesa Civil e estava esperando desde 5h40. "Eu não acho justo porque se fosse assim quando os assaltantes matassem os comerciantes, o comércio ia ter que parar também. Eu mesma já fui assaltada voltando da faculdade. É lógico que devem ficar de luto, mas não parar 100% porque prejudica muito a gente". diz.
Zildete de Araújo estava tentando chegar  ao bairro Estação Experimental. Esperando desde 5h30 no Terminal , ela diz que o movimento é válido, mas se sente pagando por algo que não teve culpa. "É válido por eles, mas deveriam pensar na gente porque quem matou está preso e a gente está aqui sem poder ir trabalhar", desabafa.
Os ônibus voltaram a circular normalmente a partir das 7h, porém o sindicato alerta para novas paralisação durante o dia, pois a categoria deve acompanhar e prestar as últimas homenagens ao motorista morto pelos seis assaltantes.
Entenda o caso
O motorista Raimundo Marconi foi morto a tiros durante uma tentativa de assalto ao coletivo, que fazia a linha Centro/Universidade Federal do Acre (Ufac), na noite de segunda-feira (28).
De acordo com o secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, seis homens estão envolvidos no crime. Dois entraram pela frente do ônibus, dois pela porta de trás e outros dois ficaram do lado de fora para dar apoio na fuga. Segundo ele, os seis já foram identificados e presos, entre eles, uma mulher.
"Dois sentaram nos fundos em cima da arma, o suspeito que entrou pela frente, pediu para seguir a rota. O motorista se assustou, qualquer um se assusta, e desviou a rota. Quando ele brecou, eles caíram, quando caíram ele [o motorista] se agarrou com um dos suspeitos que estava na frente, talvez ele não tenha observado que tivesse outros dois no fundo e dois ao lado", diz
Cinco tiros foram disparados em direção ao motorista, dos quais três o atingiram. Um dos disparos atingiu o abdômen da vítima, que travou uma luta com um dos suspeitos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas a vítima não resistiu e morreu, ainda na ambulância.
"Quando ele estava agarrado com ele, outro disparou, talvez o tiro fatal no abdômen.Teve mais de cinco disparos, três atingiram. As seis pessoas foram presas, na madrugada. A polícia foi até a casa do casal, encontrou sangue, o que já foi anexado no processo. Seis capacetes foram encontrados, possivelmente, o grupo já havia participado de outros assaltos", finaliza.

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