MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Argentina não chega a acordo e mediador confirma calote


Reunião desta quarta terminou sem acordo entre fundos e governo argentino.
Pollack diz estar disponível para continuar negociações.

Do G1, em São Paulo
Sem acordo com os fundos que não aceitaram renegociar a dívida nas últimas horas do prazo, a Argentina vai entrar em calote, disse o mediador nomeado pela Justiça dos EUA, em comunicado nesta quarta-feira (30).
"A república da Argentina não alcançou nenhuma das condições e, como resultado, vai estar em default", afirmou Daniel A. Pollack, se referindo a um acordo para que o país pudesse pagar os fundos como determinado pela Justiça para então quitar a parcela da dívida já reneociada que vence nesta quarta.
A reunião desta quarta, no entanto, terminou sem acordo entre a Argentina e os fundos. O país reiterou que não pode fazer uma oferta diferente da negociada com os demais credores e pediu a suspensão da sentença. Os fundos mais uma vez não aceitaram a proposta.
 
Pollack considera ainda que o calote não é uma condição técnica, já que afeta de forma real a vida das pessoas e dos investidores. "Apesar de argumentos contrários, default nãp é uma condição meramente técnica, mas um evento real e doloroso que machuca pessoas reais: isso inclui os cidadãos argentinos comuns, os credores que renegociaram (que não vão receber os juros) e os que não renegociaram (que não receberão o pagamento determinado pela Justiça)."
Ele disse ainda estar disponível para continuar a negociação. "Não é meu papel ou intenção apontar culpas de qualquer lado. Continuarei disponível para as partes para ajudá-los a chegar a uma resolução em que os interesses de todos sejam alcanaçados."
Uma sentença da Justiça dos EUA determinando o pagamento aos fundos que não aceitaram renegociar a dívida travou a parcela da dívida já renegociada com os demais credores. Ela vence nesta quarta e já foi paga, mas ficou bloqueada porque o país não pode privilegiar credores.
"Os fundos querem mais e agora", disse o ministro da economia argentino, Axel Kicillf após a reunião. Segundo o ministro, o país ofereceu que os fundos entrassem na renegociação já feita em 2005 e 2010 ou que fosse dada a suspensão da sentença para que o país fizesse o pagamento aos demais credores. Ambas as propostas já haviam sido feitas ao logo da negociação e foram repetidas nesta última reunião antes do fim do prazo oficial.
Calote seletivo
Antes do anúncio do resultado da reunião, a agência de risco Standard&Poor´s rebaixou a nota de risco do país e considerou que o país já estava em calote.
O calote só afeta os US$ 539 milhões que não chegaram a ser efetivados por estarem retidos no Bank of New York Mellon (Bony) por recomendação do juiz Thomas Griesa, que julga o processo de fundos especulativos contra a Argentina pela dívida em moratória desde 2001.
A Standard & Poor's argumentou em comunicado que, após vencer hoje o período de carência de 30 dias que o governo da Argentina tinha para que o dinheiro chegasse aos credores, se configurou o "default seletivo".
"Caso a Argentina saneie o descumprimento do pagamento dos bônus reestruturados, então poderemos revisar nossa qualificação em função do risco residual de litígios que o país pode ter, de seu acesso aos mercados de dívida internacionais e de seu perfil de risco geral", acrescentou a agência S&P.

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