MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 24 de julho de 2014

'Coureira' que encantou Suassuna faz roda de tambor para homenageá-lo


Carla Belfort conheceu o escritor em 2007, quando dançava em São Luís.
Ariano Suassuna teria afirmado que ela 'dançava com a alma'.

Mieko Wada Do G1 MA

Carla Coureira dança em rodas de tambor de crioula no centro histórico (Foto: Divulgação/Márcio Vasconcelos)Carla dança em rodas de tambor de crioula no centro histórico (Foto: Divulgação/Márcio Vasconcelos)
Homem que contava causos e o cotidiano do povo brasileiro, Ariano Suassuna também buscou inspiração para suas obras na cultura maranhense. Essa inspiração tem nome e sobrenome: Carla Belfort, a coureira (dançarina do tambor de crioula) que encantou o escritor com o bailar de seus quadris, em 2007. Para homenageá-lo, ela promove no próximo sábado (26) uma roda de tambor de crioula na Praça da Faustina, no centro histórico, a partir das 18h. O escritor paraibano morreu nessa quarta-feira (23), aos 87 anos, em consequência de um AVC hemorrágico.
O local é o mesmo onde teve o primeiro contato com Ariano Suassuna, há sete anos, quando o escritor foi assistir a uma das manifestações culturais mais populares do estado e que hoje é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Fascinado pela malemolência da moça, o escritor a convidou pessoalmente para assistir à sua palestra, que seria ministrada na primeira edição da Feira do Livro de São Luís.
"Eu não fui, mas ele comentou muito de mim por lá. No dia seguinte fui convidada para tomar café da manhã com ele. Lá, me disse que gostou da minha dança, que eu dançava com a alma. Nunca vou esquecer do momento em que me viu chegando e disse: 'Carla, minha bailarina do Maranhão!'", relembra Carla Coureira, como é conhecida.
Filha de uma caixeira do Divino Espírito Santo e do Cacuriá de Dona Teté, Dona Roxa, Carla traz no sangue o amor pela dança. Mas a popularidade mesmo ela adquiriu após esse contato com o escritor, que não se restringiu à apresentação do tambor e ao café da manhã. "Depois, trocamos os números de telefone e continuamos nos falando mesmo depois que ele foi embora, ao longo desses anos. A última vez que mantive contato foi há um mês, mais ou menos, quando ele adoeceu. Mas ele nem estava podendo atender ao telefone, acabei falando apenas com o assessor", diz.
Para o próximo sábado ela promete uma bela roda de tambor, com o melhor do que manifestação cultural pode oferecer como homenagem a um dos grandes nomes da literatura brasileira. "Ele falou que amou o tambor de crioula e por isso merece essa homenagem. Para mim fica a imagem daquela pessoa maravilhosa, simples, que beijava a cabeça da gente. Ariano vai ficar tatuado no meu coração".

Nenhum comentário:

Postar um comentário