Atoleiros na BR-156 provocam queda na venda de passagens de ônibus
Queda na emissão de bilhetes é reflexo do tempo de viagem, diz Setap.
Trânsito é considerado difícil em trecho próximo a Oiapoque, no Amapá.
Ônibus enfrentam atoleiros na BR-156 e ficam horas a mais na estrada (Foto: Reprodução/TV Amapá)
Proprietários de empresas de ônibus dizem estar acumulando prejuízos por causa da condição de tráfego na BR-156, próximo a Oiapoque,
a 590 quilômetros de Macapá. De acordo com o Sindicato das Empresas de
Transporte de Passageiros (Setap), as vendas de passagens da capital
para o município caíram 90% desde o início de maio, quando as chuvas
começaram a causar atoleiros em vários trechos da estrada.
Pontos de vendas de passagens estão com pouca
movimentação (Foto: Abinoan Santiago/G1)
O diretor do Setap, Arão Ohana, afirmou que as viagens entre Macapá
e Oiapoque acontecem com ônibus quase vazios pela falta de demanda de
passagens. A queda nas vendas seria reflexo do itinerário que antes era
cumprido em dez horas e passou para 16 horas, conforme aponta o
sindicato.movimentação (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Na segunda-feira (26), duas empresas que fazem linha para Oiapoque paralisaram os serviços por falta de condições na BR.
“Os passageiros perguntam quantas horas a viagem vai durar antes de comprar o bilhete e como não podemos mentir sobre a condição da estrada, acabamos perdendo os clientes porque eles não vão ficar quase um dia inteiro dentro de um ônibus, sem alimentação e água. Um veículo com capacidade para 50 passageiros, está saindo dos terminais de Macapá e Oiapoque com menos de dez pessoas”, contou Ohana.
Claudete Santana reclama por andar no meio
da lama durante viagem (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Os atoleiros na BR-156 também prejudicam quem transita entre a capital e
o interior para trabalhar. A professora Claudete Santana, de 47 anos,
leciona em Oiapoque. Ela conta que chegou a ficar parada na estrada
quase cinco horas para seguir viagem.da lama durante viagem (Foto: Abinoan Santiago/G1)
“A pior parte da viagem é quando a gente anda no meio da lama para deixar o ônibus mais leve. Mas, mesmo assim, é difícil ele sair do atoleiro. Temos que torcer para não chover enquanto esperamos um reboque para o carro”, disse a professora.
Situação semelhante viveu o engenheiro agrônomo Jorge da Costa, de 54 anos. “Eu preferi deixar o meu carro em casa por saber da dificuldade em passar veículos no trecho próximo ao município de Oiapoque. Mas, quando a gente vai de ônibus é a mesma coisa e ficamos reféns de tudo isso”, relatou.
Atoleiros deixam veículos parados na estrada
(Foto: Reprodução/TV Amapá)
Os atoleiros próximos a Oiapoque, na BR-156, existem a cerca de 100
quilômetros antes de chegar no município, no sentido capital-interior.(Foto: Reprodução/TV Amapá)
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) e Secretaria de Transporte (Setrap) disseram que enviaram equipes para trabalhar na recuperação do trecho da rodovia.
O superintendente do Dnit no Amapá, Fábio Vilarino, informou que os serviços iniciaram na segunda-feira e devem permanecer até as chuvas amenizarem na região.
“Vamos recuperar o trecho onde causa atoleiro com duas equipes de trabalho. A intenção é colocar mais uma e usar material seco para resolver o problema”, contou Vilarino. Ele acrescentou que a recuperação faz parte de um mutirão de obras do departamento.
Sobre a pavimentação do trecho não asfaltado da BR-156, o Dnit informou que a obra foi dividida em dois lotes com licitação prevista para ocorrer até dezembro de 2014. O valor do serviço está orçado em R$ 186 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário