MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Professora de Cuiabá processa aluna por se sentir ofendida em rede social


Educadora dá aulas no Colégio Máxi e pede indenização de R$ 27 mil.
Motivo da crítica na web seria o fato da aluna ter ficado em recuperação.

Kelly Martins Do G1 MT

Professora de História Eliana Carulla (Foto: Kelly Martins/G1)Professora de história dá aulas em duas escolas
de Cuiabá (Foto: Kelly Martins/G1)
Uma professora de história, em Cuiabá, ingressou com uma ação na Justiça contra uma aluna após descobrir que estava sendo ofendida por ela em uma rede social na internet. Eliana Carulla pede indenização por danos morais de R$ 27 mil. A professora dá aulas no Colégio Máxi, da rede particular, e o caso ocorreu com uma estudante, de 14 anos de idade, da 8ª série do ensino fundamental.
Eliana declarou que se sentiu ofendida ao ler uma postagem na web, que supostamente foi publicada pela adolescente e que dizia: “essa Eliana tem que morrer mesmo”. Além disso, a professora argumenta que havia outras mensagens de conotação depreciativa e humilhante. “Quando me deparei com as publicações levei um susto. Tinha várias frases de baixo calão, me denegrindo, falando mal a meu respeito e não tem como falar que não era sobre mim. Ela [aluna] estava conversando com outro estudante na página da rede social e fez diversas postagens”, contou Carulla em entrevista ao G1. Com relação à indenização, a professora afirma que “o valor é ínfimo e mal compensaria sua dor íntima”.
O motivo, segundo a educadora, foi o fato da aluna ter ficado de recuperação em história e não aceitado a situação. O caso ocorreu no mês de dezembro de 2012, quando Eliana estava fechando as notas do último bimestre. No decorrer do ano, ela conta que a estudante tirou notas baixas e não conseguiu recuperar sendo necessário realizar a prova de recuperação. Ocasião em que a menina teria utilizado a rede social e feito comentários contra a professora, situação esta que a levou a recorrer à Justiça.
“Em nenhum momento houve discussão entre nós em sala de aula ou fora. Eu só fiquei sabendo disso porque uma outra professora chegou e me contou. Logo fui olhar na internet para ver se era verdade, mas como já estávamos entrando em recesso escolar, não tive mais contato com a aluna. No entanto, muitas pessoas já tinham visto e lido tudo aquilo, como vários professores que trabalham comigo”, pontuou.
Quanto à escola, a professora ressaltou que recebeu o apoio da diretoria e a liberdade para tomar as medidas cabíveis que achasse necessário. A reportagem do G1 conversou com a coordenação do Colégio Máxi, entretanto, a instituição preferiu não se manifestar sobre o processo judicial por estar sob sigilo e por se tratar de um caso pessoal entre educador e aluno.
No mês de outubro ocorreu a primeira audiência de instrução e julgamento, onde a professora arrolou três testemunhas e não houve nenhuma de defesa da aluna. O pai da estudante, Robert César da Silva, que também atua como advogado na ação, foi procurado pelo G1, mas não quis comentar o fato.
Tenho 30 anos de profissão e nunca pensei em passar por isso"
Professora Eliana Carulla
Com mais de 30 anos de profissão, dando aulas na rede particular de ensino na capital e em cursinhos, a professora de história lamentou o ocorrido e garantiu que tudo poderia ter sido evitado se houvesse a retratação da estudante e até por parte dos pais dela. De ínicio, a única providência tomada foi a retirada das frases da internet devido a uma determinação judicial. “Infelizmente foi só isso. Esperava pelo menos um pedido de desculpas. Porém, na ação, o advogado alega ainda que a estudante não estava falando de mim, o que é ridículo. Tenho tantos anos de profissão e, sinceramente, nunca pensei em passar por isso”, desabafou.
Apesar de admitir que ficou chateada e entristecida com o fato, Eliana Carulla afirma que nunca pensou em desistir da profissão. Declara ainda que conhece muitos professores que passaram por problemas semelhantes, entretanto, não tiveram coragem de recorrer. Com muitos anos de experiência na área, a educadora aproveita para avaliar o momento em que se encontra a classe educacional e se sensibiliza com o descaso dentro das salas de aulas. “Temos professores apanhando, doentes e não se faz nada para evitar essa situação. Por isso, entrei na Justiça não pensando só em mim e, sim, em todos nós”, pontuou.

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