Samuel Carneiro (27) não conseguia sair da cadeira de rodas. Hoje, graças a prática da modalidade, se sente a vontade no chão jogando capoeira
Samuel Carneiro recebe a ajuda do mestre Arrepiado para descer da cadeira e entrar na roda de capoeira (Foto: Diego Torres)
Foi realizado durante toda esta sexta-feira (8), na Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (Apae - Rio Branco), o 1º Festival
Internacional de Capoeira Especial. O evento teve a coordenação de
Everton Silva, o mestre "Arrepiado", que faz parte do grupo Cordão de
Ouro, uma entidade internacional de capoeira presidida pelo mestre
Suassuna.Durante a tarde um aluno em especial chamou muita atenção. Trata-se de Samuel Carneiro (27), que é cadeirante, tem paralisia cerebral, e é praticante de capoeira. No total, oito cadeirantes praticam o esporte na Apae - Rio Branco.
Jovem Samuel encontrou na capoeira um estímulo,
segundo o mestre Arrepiado (Foto: Diego Torres)
Samuel participa das rodas, jinga e até joga. Os colegas de roda têm um
cuidado especial com o rapaz: o tiram com todo zelo da cadeira de rodas
e o colocam no chão. Após a ajuda, ele segue sozinho, com um sorriso
estampado no rosto uma e disposição sem tamanho.segundo o mestre Arrepiado (Foto: Diego Torres)
- O Samuel é um caso a parte. Ele não saia da cadeira de rodas por nada. Desenvolveu muito com o contato e o estímulo da capoeira. Hoje, ele domina, desce da cadeira, tem controle sobre os movimentos e é um ótimo capoeirista. Entra na roda, se transforma, dá cabeçada, dá rasteira com a mão e tudo mais - disse o mestre Arrepiado.
Samuel e mestre Arrepiado jogam capoeira durante o evento na Apae - Rio Branco (Foto: Diego Torres)
Para o evento, representantes do Peru, Bolívia e Equador vieram à
capital acreana. Mais de 150 alunos foram batizados. Além do batismo dos
alunos especiais, o capoeirista Fraldinha ganhou o título de
"contra-mestre" de capoeira.
O festival contou ainda com a presença de convidados de Cacoal (RO), do
mestre Ponciano, sua esposa, a contra-mestre Morena, e o contra-mestre
de capoeira Gerry, que tem Síndrome de Down, todos de Guaratinguetá
(SP).
1º Festival Internacional de Capoeira reuniu mais de 200 capoeiristas na capital do Acre (Foto: Diego Torres)
Os batizados foram realizados em dois turnos. O projeto de Capoeira
para especiais existe desde 2005. De acordo com Arrepiado, o trabalho
significa 'um aprendizado de vida e inclusão social e cultural para os
alunos'.
Valeu pela divulgação do trabalho! Itabuna é uma cidade que tem muita capoeira! Axé.
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