Classe escolar foi projetada em 1993 e funciona no Hospital de Base.
“Aprendi matemática melhor aqui”, diz aluna de nove anos.
Kailane, 9 anos, aprendeu a gostar de matemática na oncologia pediátrica do HB (Foto: Marcos Paulo)O projeto, denominado como classe hospitalar, funciona desde 1992 na capital e atende, diariamente, 16 crianças em tratamento contra o câncer para que o estudante não perca o vínculo com a escola. “São oito crianças pela manhã, oito à tarde, de alguns meses até 12 anos, quatro horas por dia”, explica a psicóloga e professora Maria Gorett Fernandes, uma das primeiras a supervisionar esse trabalho, idealizado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
O atendimento dado às crianças é individualizado e segue uma linha pedagógica, respeitando limites e condições de cada aluno, desde físicas até o rendimento do estudante na escola. “Essas crianças, pelo número de internações que tem, se encontram bastante defasadas, por isso fazemos o acompanhamento como reforço escolar. Atendemos aqui qualquer criança que esteja hospitalizada”, acrescenta Gorett.
“Aprendi muita coisa aqui, principalmente matemática, que estava difícil”, diz a aluna, acrescentando que estava com dificuldades em contas e tabuada. “Ano passado quase não passava, agora gosto de conta de dividir”, admite. A mãe dela, Luciane da Silva Souza, dona de casa de 28 anos, teve receio no início quando soube das aulas na oncologia pediátrica.
“Percebi que ela se desenvolveu mais na escolinha”, afirma Luciane, que reveza com o esposo para acompanhar a filha durante o tratamento. Segundo a psicóloga e também professora Maria Elisabeth Alves de Oliveira, o projeto é autorizado pelo Ministério da Educação (MEC).
Arquimedes, 7 anos, conta que sabe ler e escrever, mas admite preferência por gatos. (Foto: Marcos Paulo)O enfermeiro Audir Geordano Guimarães disse que o projeto ajuda as crianças durante o tratamento, pois se trata de um trabalho lúdico e estimulante. A técnica de enfermagem Ana Célia da Silva afirma que as atividades evitam a ociosidade dos alunos internados. “É um tratamento delicado e a sala de estudo, com a brinquedoteca, ajudam a criança a não perder o contato escolar”, finaliza.
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