A deputada federal Lídice da Mata (PSB) chamou a medida de "alerta sobre o risco que figuras autoritárias ainda representam à nossa democracia"
10 horas e 12 minutos
Por Henrique Brinco
A determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) use tornozeleira eletrônica repercutiu intensamente entre políticos baianos ontem. A medida, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, integra nova fase de investigações da Polícia Federal e inclui ainda a proibição de sair à noite, aproximar-se de embaixadas e manter contato com outros investigados.
Entre os parlamentares da oposição na Bahia, o clima foi de comemoração e alerta. A deputada federal Lídice da Mata (PSB) chamou a medida de "alerta sobre o risco que figuras autoritárias ainda representam à nossa democracia", sugerindo que a tornozeleira seria uma forma de evitar uma possível fuga do país, até mesmo com pedido de asilo ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Também federal, Daniel Almeida
(PCdoB) ironizou a decisão: "Nada melhor para começar o dia com energia
total do que ver a Justiça sendo feita!", escreveu nas redes. Já o
deputado Jorge Solla (PT) foi ainda mais direto: "O traidor da pátria
terá que usar tornozeleira eletrônica! Grande dia!", publicou.
Ex-bolsonarista
e hoje crítica do ex-presidente, a deputada Professora Dayane Pimentel
(União Brasil) adotou um tom religioso. "Hoje, diante da decisão
judicial contra Jair Bolsonaro, não celebro a desgraça alheia, mas
exalto a mão soberana de Deus que não se deixa escarnecer", escreveu.
“Fui chamada de traidora por não me curvar. Mas a verdadeira traição foi
a dele — contra o povo, contra os princípios, contra a própria pátria.”
Entre os aliados do ex-presidente na Bahia, o clima foi de indignação. O ex-candidato a deputado estadual Diego Castro afirmou que a decisão vem na esteira de uma “perseguição”, após declarações de Trump sobre as relações com o Brasil. "Força, capitão!", escreveu. Já o deputado estadual Leandro de Jesus (PL) classificou a decisão como baseada em "achismo" dos ministros do STF.
A nova fase da operação da PF, cujos detalhes estão sob sigilo, aponta para um endurecimento nas medidas contra Bolsonaro, que é investigado por possível tentativa de golpe de Estado e outras condutas ilegais no exercício e após o término de seu mandato. A defesa informou que irá se manifestar após ter acesso à íntegra da decisão.
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