O
Brasil se destaca globalmente como um dos países mais engajados no uso
de inteligência artificial (IA) generativa e no tempo de exposição às
tecnologias digitais. De acordo com a consultoria global Oliver Wyman,
57% dos brasileiros já utilizam plataformas baseadas em IA. Entre os
principais usos estão assistentes virtuais, ferramentas de machine
learning e sistemas de reconhecimento biométrico.
Essa
familiaridade com tecnologia se reflete também na rotina digital
intensa do país. Segundo o relatório Digital 2023: Global Overview
Report, analisado pelo site ElectronicsHub, o Brasil ocupa a segunda
posição mundial em tempo de uso de telas. Em média, os brasileiros
passam 9 horas por dia conectados à internet — principalmente via
smartphones — para se comunicar, consumir, buscar informações e se
entreter.
Esse
cenário de alta conectividade favorece o avanço da IA no cotidiano.
Segundo a pesquisa “Nossa Vida com IA: Da inovação à aplicação”,
realizada por Ipsos em parceria com o Google, 81% dos brasileiros
utilizam inteligência artificial para buscar informações na web — em
atividades como procurar notícias, referências e ideias.
A importância da experiência do usuário
O
crescimento do uso de IA também acelera a demanda por profissionais de
UX (User Experience ou Experiência do Usuário, em tradução livre), uma
área estratégica que une design, tecnologia e empatia. Para Aguilar
Selhorst, coordenador da graduação 4D em UX Design da PUCPR, o avanço da
inteligência artificial não elimina a necessidade de bom design — pelo
contrário, amplia sua relevância. “A IA traz interfaces mais
conversacionais e personalizadas, mas exige responsabilidade, clareza e
ética. Caberá ao designer garantir que a tecnologia continue humana,
transparente e significativa”, afirma.
O
relatório "Future of Jobs Report 2025", elaborado pelo Fórum Econômico
Mundial destaca a crescente importância das habilidades em User
Experience (UX) e User Interface (UI) no cenário laboral até 2030.
Segundo o levantamento, os cargos de UI e UX Designers estão entre os 15
empregos que mais crescerão em termos percentuais até 2030, com uma
taxa superior a 40%. Design e Experiência do Usuário são citados como
habilidades em ascensão, com 45% dos empregadores esperando um aumento
em sua importância.
Selhorst
destaca que é comum confundir UI (User Interface ou Interface do
Usuário) com UX. “Enquanto a interface está relacionada ao visual de um
sistema, a experiência do usuário diz respeito ao que a pessoa sente ao
interagir com ele. Uma interface bonita pode atrair, mas só uma boa
experiência fideliza”, resume.
A
aplicação de UX está presente em diversos contextos: aplicativos de
banco e delivery, painéis de carros, smart TVs, assistentes de voz,
totens de autoatendimento e até micro-ondas. “A combinação entre uma
interface clara e uma experiência fluida determina se o usuário se sente
empoderado ou frustrado. A boa UX é invisível, mas essencial”,
completa.
Desafios e adaptação à realidade brasileira
Apesar
dos avanços, muitas interfaces ainda falham em entregar experiências
intuitivas. Caixas eletrônicos antigos, máquinas de lavar e sites de
órgãos públicos são exemplos de sistemas que ainda apresentam fluxos
confusos e baixa usabilidade. “A frustração do usuário é um sinal claro
de que o design falhou”, afirma Selhorst.
Nesse
contexto, cresce a importância da “tropicalização” — o processo de
adaptar produtos ao perfil do público brasileiro. Isso envolve o uso de
linguagem clara, fluxos simplificados e atenção ao nível de letramento
digital da população. “Uma UI/UX bem adaptada respeita a cultura local,
promove inclusão e gera confiança”, avalia.
Formação alinhada ao futuro
Com
o aumento da demanda por especialistas em UX, universidades estão
revendo seus currículos. Na PUCPR, o curso de UX Design integra
disciplinas técnicas, projetos reais com empresas, ferramentas
profissionais e uma formação multidisciplinar. “Mais do que ensinar
técnicas, buscamos formar profissionais com empatia, visão estratégica e
capacidade de traduzir problemas complexos em soluções desejáveis”,
explica Selhorst.
O
mercado valoriza perfis híbridos — como UX researchers, UI designers,
content designers e profissionais com visão de produto e negócio. “O
diferencial está em quem sabe ouvir o usuário, interpretar dados e
transformar isso em experiências memoráveis”, ressalta.
Com
a evolução da IA e o avanço de novas tecnologias, a tendência é que as
interfaces se tornem mais naturais, integradas e imperceptíveis.
“Veremos a consolidação de comandos por voz, gestos e realidade
aumentada. A experiência deixará de ser apenas sobre navegar e passará a
ser sobre sentir. O futuro do design centrado no usuário será, acima de
tudo, humano”, conclui o professor.
A
graduação 4D da PUCPR em UX Design é uma opção para ingressar na
carreira. A modalidade é 100% digital, com algumas aulas ao vivo, e
duração de dois anos. Mais informações no site: https://digital4d.pucpr.br/curso/experiencia-do-usuario-ux-design/
Assessoria de imprensa
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