A
atriz e diretora Roxy Fernandez dá início a sua trajetória como
cineasta no cenário internacional ao desenvolver o curta-metragem Hurt,
sendo produzido nos Estados Unidos, com estética autoral e influência do
surrealismo, o projeto marca não apenas uma virada de linguagem em sua
carreira, mas também uma tomada de posição: fazer cinema sendo mulher,
diretora e latino-americana. “Me sinto profundamente privilegiada por
viver da arte e fazer cinema, mesmo num espaço que ainda é
majoritariamente masculino. Até poucos anos atrás, era extremamente raro
ver mulheres dirigindo ou comandando uma produção. Hoje, esse cenário
começa a mudar, e é uma honra fazer parte dessa transformação”, afirma.
A
fala de Roxy ecoa uma realidade ainda desigual. Segundo o estudo “Onde
Estão as Diretoras?”, publicado pela Agência Nacional do Cinema
(ANCINE), apenas 17% das direções de longas-metragens brasileiros
lançados entre 2016 e 2022 foram assinadas por mulheres. Em escala
global, o relatório Celluloid Ceiling, divulgado pela San Diego State
University, mostrou que em 2023 apenas 16% dos 250 maiores filmes de
bilheteria dos EUA foram dirigidos por mulheres, uma queda em relação a
2022, quando o número chegou a 18%.
Com
formação em Teatro, Televisão e Cinema pela Escola de Atores Wolf Maya,
Roxy também estudou cinema em países como Argentina, Chile e Estados
Unidos, o que ampliou seu olhar sobre narrativas não-hegemônicas e
contribuiu para sua estética própria, marcada pelo preto e branco,
referências surrealistas e silêncios que falam mais que as palavras.
Roxy
Fernandez também é membra votante da Academia Brasileira de Cinema,
participa da comissão responsável pela escolha do filme brasileiro que
concorre ao Oscar e se destaca como uma voz emergente entre as cineastas
autorais da nova geração. Em paralelo, a diretora desenvolve sua
atuação em coletivos e editais voltados para artistas latino-americanas e
mulheres no audiovisual.
“A
câmera é minha extensão emocional. É com ela que eu denuncio, que eu
silencio, que eu grito. E é por meio dela que eu existo artisticamente,
com tudo o que isso carrega de mulher, de exílio, de origem”, diz.
Com
trajetória marcada pela sensibilidade e pela força simbólica das
imagens, Roxy representa uma geração que não apenas ocupa o espaço da
direção, mas transforma o próprio cinema em território de
questionamento, cura e ruptura.
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Caroline Vilas Bôas
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