O modelo híbrido de trabalho avançou nos últimos dois anos no Brasil e, com isso, as vagas de trabalho remoto estão diminuindo cada vez mais. A proporção de posições publicadas no LinkedIn que mencionavam a possibilidade de fazer trabalho remoto caíram de quase 40% em fevereiro de 2022 para menos de 25% em fevereiro deste ano, segundo dados do LinkedIn Economic Graph. Mesmo as Big Techs, como Apple, Google e Amazon, para citar algumas, que antes destacavam os benefícios do home office, passaram a exigir a presença dos funcionários no escritório pelo menos algumas vezes na semana.
A explicação para esse movimento pode ser a produtividade dos colaboradores. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Stanford, o trabalho totalmente home office pode ser cerca de 10% a 20% menos eficiente dependendo da área de atuação e de como as empresas se preparam para ele. Especialista em ética, diversidade, equidade e inclusão, e CEO da Condurú Consultoria, Deives Rezende Filho, explica que apesar de as pessoas sentirem que produzem mais em casa, muitos dos líderes não têm essa mesma segurança. "É fato que há um grande potencial no trabalho híbrido, mas é preciso que haja flexibilidade entre as lideranças e colaboradores para que seja bom para ambos os lados. Afinal, não podemos nos esquecer que as novas gerações, que descobriram a possibilidade de trabalhar de casa durante os anos de pandemia, são as que puxam esse movimento. É questão de tempo até que os negócios precisem investir em uma mudança de cultura para se tornarem mais competitivos. Entretanto, não podemos deixar de analisar o lado das organizações e dos gestores, que têm culturas específicas e, diante disso, os novos colaboradores também precisam ser maleáveis para entender a importância de seguir as regras do local de trabalho", diz.
O retorno do modelo completamente presencial pode limitar o acesso a talentos, especialmente da Geração Z e de grupos diversos. Com profissionais qualificados alcançando o pleno emprego no Brasil, a demanda por flexibilidade pode ser decisiva na atratividade de um empregador. "Não podemos nos esquecer que ter mais autonomia para gestão e organização do tempo entre o escritório e a vida pessoal é um grande ganho para a diversidade, uma vez que abre oportunidade para profissionais que estão fora dos grandes centro e também pode ajudar mulheres que são mães a se manterem nesse mercado, por exemplo", finaliza Rezende.
Caso tenha interesse na pauta, fico à disposição para fazer a ponte com o especialista.
Fundador da Condurú Consultoria e possui 40 anos de experiência no mercado financeiro e em outras empresas. Trabalhou em organizações nacionais e internacionais como Itaú, Unibanco, Instituto Ethos, Grupo Stratus, Citibank, Credit Suisse, Morgan Stanley, JPMorgan, Royal Bank of Canada e Banco Real. Graduado em Ciências Contábeis, possui MBA em Gestão Empresarial (FGV-SP) e extensão em Negociação e Sustentabilidade (FGV). É coach e mediador organizacional pelo Instituto EcoSocial, Professional Certified Coach (PCC), Mentor Coach (International Coach Federation), especialista em temas de Governança Ética, ex-presidente do Comitê de Ética ICF-Brasil e palestrante em Ética Empresarial, Conflitos no Ambiente de Trabalho, Protagonismo do Negro e Inclusão Racial. Escolhido pelo Forbes 2021 como uma das 10 pessoas com +50 que se reinventaram na carreira.
Criada em 2017, a Condurú é uma consultoria que auxilia na implementação de programas de governança, apoia a construção ou atualização de códigos de ética ou de conduta e promove palestras e workshops de diversidade, equidade e inclusão.
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