São Paulo, agosto de 2023 –
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno
exclusivo deve ser mantido até os seis meses de vida do bebê, e como
complemento de outros alimentos até os dois anos ou mais. No Brasil, as
taxas de aleitamento vêm crescendo, conforme o Estudo Nacional de
Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) de 2019, cujo dados mostram que
metade das crianças brasileiras são amamentadas por mais de 1 ano e 4
meses.
Quando
falamos sobre amamentação exclusiva até o sexto mês entre as mães que
trabalham, a taxa cai para 34,7% e um dos fatores que contribuem para o
desmame precoce é a falta de estrutura no ambiente de trabalho. A
amamentação é um direito da mãe e do bebê, mas muitas mulheres enfrentam
dificuldades para conciliar a rotina profissional com a manutenção da
amamentação, que traz benefícios tanto para a saúde física quanto para a
emocional do bebê.
“Para
o bebê, os benefícios imunológicos são muitos: proteção para alergias
respiratórias, de pele, intestinais, maior QI, menor risco de
desenvolver diabetes, hipertensão, síndrome metabólica na vida adulta,
entre outros. Já para quem amamenta, há menor risco de câncer de mama e
de ovário, doenças cardiovasculares, menor sangramento no pós-parto,
entre outros”, explica Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra do
Programa Boa Hora da Omint e consultora internacional.
Além
disso, a amamentação é uma forma de comunicação entre mãe e filho, que
envolve troca de olhares, toques, cheiros e sons. É uma forma de nutrir
não só o corpo, mas também a alma. Quando a mãe se separa do bebê para
voltar ao trabalho, ela diminui essa conexão, que é muito importante
para o desenvolvimento emocional da criança e para a construção do
vínculo materno-infantil.
Após licença-maternidade
Na
rotina após licença-maternidade, a mulher pode ter dificuldades para
extrair o leite se estiver estressada, ansiosa ou insegura. Além disso,
ela pode sentir culpa, tristeza e saudades do bebê, o que afeta sua
saúde mental e autoestima.
Para
que as mães possam continuar amamentando após a volta ao trabalho, é
preciso que as empresas tenham uma estrutura adequada, reconhecendo a
importância da amamentação e oferecer apoio às colaboradoras. Para a
mãe, é necessário um planejamento prévio, saber quanto tempo se
ausentará e quantas mamadas o bebê fará na sua ausência.
“É
importante iniciar um estoque de leite pelo menos um mês antes. Além da
preocupação com a ordenha, é muito importante saber sobre a confusão de
bicos e buscar outras estratégias no lugar do uso da mamadeira, como
copo aberto, copo 360 graus ou colher dosadora. Esses métodos não
confundem o bebê e não fazem com que ele deixe de mamar no peito da
mãe”, diz a enfermeira.
Segundo
ela, as empresas que adotam essas práticas podem colher benefícios como
redução do absenteísmo e da rotatividade das funcionárias; aumento da
satisfação, da motivação e da lealdade das funcionárias; melhoria da
imagem e da reputação da empresa perante os clientes, os fornecedores e a
sociedade; e economia com gastos em saúde, já que a amamentação previne
doenças tanto na mãe quanto no bebê
Casinski
sugere ainda algumas medidas que podem ser adotadas pelas empresas para
facilitar esse processo, seguindo as necessidades e possibilidades de
cada uma. Veja as dicas:
-
Criar salas de apoio à amamentação, onde as mães possam extrair e
armazenar o leite materno em condições adequadas de higiene e
segurança.
-
Respeitar os intervalos previstos em lei para a amamentação ou ordenha,
que são de 30 minutos cada, duas vezes por dia, até o bebê completar
seis meses.
- Flexibilizar a jornada de trabalho, permitindo horários alternativos, home office ou redução da carga horária.
-
Promover campanhas de conscientização sobre os benefícios da
amamentação para a saúde da mãe e do bebê, bem como para a produtividade
e o clima organizacional.
- Capacitar os gestores e os colegas de trabalho para que apoiem e respeitem as mães que amamentam.
"A
amamentação é um direito humano, que deve ser garantido e protegido em
todos os espaços. As empresas têm um papel fundamental nesse sentido,
pois podem facilitar a continuidade da amamentação após a
licença-maternidade. As empresas que apoiam a amamentação estão
investindo não só na saúde e no bem-estar das suas funcionárias e dos
seus filhos, mas também no seu próprio sucesso", conclui a
profissional.
Programa Boa Hora
A
continuidade do aleitamento materno após o término da
licença-maternidade é um dos grandes desafios da mulher no retorno ao
mercado de trabalho. Diante de todos os benefícios, a perenidade desse
processo requer preparação e planejamento por parte da mãe e
profissional, suporte de sua rede de apoio e da sociedade como um todo,
para que haja possibilidades para a extração do leite durante o tempo
longe do filho.
Reconhecendo
essa importância, a Omint desenvolveu o Programa Boa Hora, que
disponibiliza enfermeiras obstetras para acolher as dúvidas das suas
clientes, a fim de auxiliá-las durante a gestação, pós-parto e primeiros
dias do bebê. Esse período muito especial é envolvido por dúvidas e
desafios. Por isso, o objetivo é proporcionar acolhimento personalizado
às mães e orientá-las em temas como alimentação, sintomas do trabalho de
parto, atividade física, cuidados com o recém-nascido, tipos de parto e
sobre a importância da amamentação e retorno ao trabalho, apoiando a
mulher que não deseja interromper a amamentação na retomada da
carreira.
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