Daniel Parra (*)
Papelada,
processos e uma série de formalidades. Essa era a visão que até então
estava atrelada ao ramo do direito. Porém, muita coisa mudou e as
pedidas da vez são termos como Advocacia 5.0, Automação e Inteligência
Artificial.
Mais do que trazer inovação, esses itens apresentam para a vida dos departamentos jurídicos mais praticidade, redução de custos, melhora na produtividade e resultados rentáveis.
Quando se fala da aplicação da tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) é uma das protagonistas, já que aprimora a eficiência e oferece um leque de possibilidades para simplificar o dia a dia agitado dos departamentos jurídicos. Trata-se, portanto, de uma aliada. Por meio de algoritmos avançados, a tecnologia pode ajudar na análise de casos, prever resultados processuais, realizar pesquisa jurídica e até mesmo apoiar na redação de uma peça.
Vale destacar aqui que os sistemas baseados em IA são capazes de analisar grandes quantidades de jurisprudência, doutrina, contratos, dentre outros documentos. Tudo com muita rapidez e, melhor, com precisão.
Além disso, a IA pode ser aplicada para automatizar tarefas tediosas e repetitivas. A redação de documentos padronizados, como contratos e petições, pode ser feita por IA, o que poupa um tempo enorme e evita erros humanos. A automação ainda permite que os profissionais da área voltem a atenção para questões mais estratégicas e complexas, ampliando a eficiência e a qualidade do trabalho.
O papel do RPA
O conceito de Robotic Process Automation (RPA)
vem sendo utilizado cada vez mais no setor jurídico. Embora seu
conceito tenha semelhanças com a IA, suas aplicações e funcionalidades
têm diferenças significativas. A principal reside na natureza das
tarefas realizadas por essas tecnologias. Enquanto o RPA é mais
adequado para automatizar processos repetitivos e estruturados, a IA
envolve sistemas mais complexos que aprendem, processam e tomam
decisões com base nas informações podendo, inclusive, lidar com
problemas mais amplos e não estruturados.
Na prática, trata-se de uma tecnologia que consegue coletar dados
sobre o andamento de casos, atualizações judiciais e prazos
processuais, fornecendo aos advogados uma visão ampliada e atualizada
de seus processos em tempo real. Também combina o uso do recurso à
jurimetria e plataformas tecnológicas setoriais, o que auxilia nas
tarefas da área, tais como contratos, procurações, petições etc.
Realidade virtual no direito
Embora ainda em estágios iniciais, outras evoluções para o setor jurídico são a Realidade Virtual (VR) e a Realidade Aumentada (AR). Ambas possuem o potencial de transformar a forma com que os advogados apresentam evidências e conduzem apresentações em tribunais, construindo ambientes virtuais que recriam cenas de crimes ou acidentes. Isso significa permitir uma visão imersiva do evento em questão ao júri.
Com a utilização cada vez maior dessas novas tecnologias, o setor jurídico – antes visto como burocrático e repleto de papelada – se transforma de maneira significativa, gerando uma verdadeira revolução no campo do direito. Com novas oportunidades, o departamento jurídico alça voos ainda maiores: os da inovação, da excelência e do sucesso.
(*) Daniel Parra é CEO da Intelligenti, empresa do Grupo Stefanini com foco em soluções inovadoras e IA criadas especialmente para a área jurídica.
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