São Paulo, janeiro de 2023 - O
mercado de tecnologia ainda se mantém aquecido para os próximos anos,
mesmo com a recente mudança no cenário de investimento. Nele é possível
notar a transição para um modelo mais maduro de rentabilidade, não
apenas focado em crescimento, o que muitas vezes pode resultar em
layoffs de várias companhias. Apesar da grande quantidade de vagas em
aberto, faltam pessoas para atuar no setor, mesmo com o trabalho remoto -
que trouxe diversas oportunidades para empresas e especialistas em TI.
Estima-se
que, até 2025, o déficit de profissionais chegue a 800 mil no Brasil,
de acordo com estudos da Brasscom - Associação das Empresas de
Tecnologia da Informação, Comunicação e de Tecnologias Digitais. Para
incentivar a contratação de novos profissionais, algumas companhias
promovem programas de formação para a área - um cenário que também pode
ser traduzido em oportunidade para mulheres. De acordo com a Revelo,
principal plataforma de recrutamento de profissionais desenvolvedores
da América Latina, que atua tanto no intermédio de vagas nacionais e
internacionais, mesmo com o aumento de 44% de vagas para elas, o público
feminino ainda representa 12,6% dos profissionais de tecnologia.
Com um olhar cada vez mais atento para esse perfil, o Pravaler,
importante programa de soluções para o ecossistema de educação no
Brasil, fez uma parceria com a Laboratoria, organização que impulsiona
mulheres que sonham com um futuro melhor a construírem uma carreira
transformadora em tecnologia, para um programa de capacitação. A
iniciativa visa contribuir com a inserção delas na área, tanto para
aquelas que estão no início da vida profissional, quanto para as que
pretendem fazer uma transição de carreira. “Posso dizer que depois de
cursar administração, empreender e pausar a carreira por conta da
maternidade, me encontrei profissionalmente no Pravaler”, conta Thais
Bonalume, que trabalha com avaliações digitais.
Esse
também é o caso de Camila Aguiar que, ao longo de oito anos, lidou,
diariamente, com a área da saúde e, por ser formada em fisioterapia,
atuou na linha de frente no combate à Covid-19. Em 2022 ela participou
do programa e, após se especializar em desenvolvimento de software em
Front End, foi contratada pela empresa, onde atualmente trabalha como
desenvolvedora de software. “Mesmo tendo familiaridade com o computador
desde muito nova, eu achava que não era capaz de trabalhar com isso,
pelo fato de envolver lógica e exatas”, conta ela, que, a cada dia, se
encanta mais com a profissão.
“Quanto
maior for a diversidade dentro do núcleo de tecnologia de uma empresa,
maiores serão as chances de a produção ser ainda mais inovadora,
possibilitando entregas assertivas. A parceria com a Laboratoria nos
proporciona isso, além, é claro, da possibilidade de encontrarmos novos
talentos”, comenta Marcelo Malcher, CTO do Pravaler, que teve no ano
anterior os cursos de Análise de Sistemas e Ciências da Computação entre
os 20 com maior número de ingressantes, tanto pelo financiamento como
pelo marketplace de bolsas de estudos.
“Um
dos atrativos para a mudança de carreira, além da quantidade de vagas
nacionais e internacionais abertas, é que o setor de tecnologia tem um
cenário de progressão de carreira muito favorável. O salário inicial de
uma pessoa Desenvolvedora já está acima da média nacional, sendo em
torno de R$ 5.500. Conquistando experiência e qualificando-se, em pouco
tempo é possível atingir um nível pleno, que oferece vagas em torno de
R$ 9.000, e para profissionais seniores podem chegar a uma média de R$
15.000 e entre US$ 6.000 e US$ 8.000 em vagas internacionais”, comenta
Lucas Mendes, co-fundador da Revelo.
Outra companhia que tem investido no recrutamento, capacitação e no desenvolvimento de jovens talentos é a Transfero,
empresa internacional de soluções financeiras baseadas em tecnologia
Blockchain. A empresa criou seu programa de trainee, a Transfero Academy,
que surgiu com o objetivo de recrutar, capacitar e desenvolver jovens
talentos para o mercado de tecnologia e ativos digitais. “O mercado tem
falta de profissionais das áreas de tecnologia e, em especial, do setor
cripto. Nós queremos formar não apenas desenvolvedores, mas
profissionais aptos a serem protagonistas no mercado. A meta é que os
participantes se tornem talentos com a capacitação e as competências
técnicas necessárias para serem contratados dentro do próprio grupo ou
por parceiros do mercado de ativos digitais”, explica Márlyson Silva,
Chief Strategy Officer da Transfero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário