Quando a Fiat se uniu à Chrysler, os italianos estavam de olhos vidrados na Jeep. Isso porque a marca dos 4x4 ostentava um valor agregado que os ianques não conseguiam explorar fora dos Estados Unidos. Era necessário uma linha global de produtos, muito além de versões grandalhonas e beberronas, que atendem ao gosto norte-americano, mas destoam do resto do mundo.
E foi o que eles fizeram: criaram o Renegade, que bomba por aqui e também vende bem na Europa e demais mercados. Depois renovaram o Compass. Sim, ele já existia e era esquisito. Ele deixou de ser um SUV insosso e virou um modelo charmoso que também vende bem na América Latina e no Velho Mundo.
Mas faltava um modelo de grande porte que se encaixasse no tamanho do mercado tupiniquim. Nos EUA, o Grand Wagoneer é a opção para famílias numerosas, mas proibitivo para este lado do Equador.
Assim, a solução veio da China, onde a marca produz um modelo de sete lugares (Grand Commander), sobre a mesma plataforma do Compass. Por aqui, o time brasileiro da Stellantis desenvolveu o Commander, que apesar de ter porte semelhante, tem desenho próprio e cabine para sete.
O SUV foi apresentado em agosto, com preços entre R$ 200 mil e R$ 280 mil. Suas entregas iniciaram em outubro. Até o final de dezembro 3.715 unidades tinha sido emplacadas, numa lista que já acumulava sete mil pedidos na primeira semana de setembro.
O modelo chega justamente para se posicionar no aquecido segmento de luxo nacional. Trata-se de um nicho em que seu perfil de consumidor tem poder de compra para apostar em algo mais refinado que o Compass, mas apertaria demais apostar num Trailblazer, SW4 ou Pajero Sport, que orbitam na casa dos R$ 400 mil.
E com a lista de espera longa, o teste também demorou um pouco. Fomos
conferir o jipão só em dezembro. Na verdade, já tínhamos rodado no
carro em agosto, num teste no campo de provas do grupo. Mas teste pra
valer é no uso cotidiano. É na rua, na estrada, no mato, onde o
comprador vai usar seu carro. E o carro surpreende pois é grande por
dentro sem ser desengonçado no trânsito.
Raio-x Jeep Commander Limited TD380 2.0
O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) de porte médio e sete lugares.
Onde é feito?
Produzido na unidade de Goiana (PE).
Quanto custa?
R$ 274.490
Com quem concorre?
O Commander concorre no segmento de SUVs de sete lugares em que figuram
modelos como Chery Tiggo 8, Chevrolet Trailblazer, Mercedes-Benz GLB,
Mitsubishi Pajero Sport e Toyota SW4.
No dia a dia
O Commander é um SUV para quem busca espaço. Seus 4,76 m de comprimento
2,79 m de entre-eixos fazem dele um carro confortável. E mesmo sendo
quase 40 cm maior que o Compass, ele não se mostra hostil no trânsito
urbano. Claro que a oferta de vagas será menor, mas os sensores
dianteiros e traseiros, assim como a câmera de ré permitem encaixar o
grandalhão nas vagas mais apertadas.
No off-road, o entre-eixos mais longo não atrapalha nas bases ou topos de ladeira. A altura livre de 214 mm e os bons ângulos de entrada e saída garantem aventuras sem riscos ou avarias.
É um carro que atende a todas as necessidades cotidianas. O espaço interno é generoso para quem viaja das duas primeiras fileiras. Quem viaja no “chiqueirinho” vai apertado. O ideal é deixar para a molecada.
Com os sete bancos disponíveis, o porta-malas oferece 233 litros. É pouco, mas não difere muito dos 260 litros de quando o Renegade chegou. Com a terceira fileira recolhida, o espaço salta para 661 litros. E com a fileira do meio rebaixada, basta esticar um lençol de casal para um cochilo ou uma lona para carregar muita tralha.
O pacote de conteúdos ainda conta com direção elétrica, ar-condicionado automático de duas zonas, multimídia (Com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, USB, Bluetooth e câmera de ré), trio elétrico (vidros, travas e retrovisores elétricos), freio de estacionamento eletrônico e abertura do porta-malas elétrico, carregamento por indução além de sensor de manobra (Park Assist).
Sem opcionais a versão ainda é recheada com controle de cruzeiro adaptativo (ACC), monitor de permanência em faixa, leitor de placas de sinalização, ajuste automático dos faróis, alerta de colisão e frenagem de emergência e detector de pedestres e banco do motorista com ajuste elétrico.
Motor e transmissão
O motor turbodiesel 2.0 de 170 cv teve seu torque ajustado para 38 mkgf
de torque, garantindo muita força ao jipão. A unidade é combinada à
transmissão de nove marchas e tração 4X4, com opção de reduzida (que na
verdade é a primeira marcha), seletor de tipo de piso e bloqueio de
diferencial. Tudo isso dá fôlego para esse jipe encarar qualquer tipo de
terreno.
Como bebe?
Abastecido com diesel, o consumo combinado entre urbano, rodoviário e off-road foi de 11,6 km/l.
Suspensão e freios
O Commander foi projetado para ser um carro citadino, mas sem perder sua
capacidade fora de estrada. Ele tem suspensão independente nos dois
eixos, e ajuste que consegue garantir conforto no dia a dia e firmeza
nas curvas e também suportar golpes do off-road. O conjunto de freios
conta com discos nas quatro rodas, além de controle de partida em rampa
(Hill Holder), freio de estacionamento eletrônico, HDC ( Controle
eletrônico de velocidade em descidas), controles de estabilidade (ESC).
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